Threads, a Nova Aposta da Meta, Ainda Busca Se Firmar como o Novo Twitter

 (SOPA Images/Getty Images)
DA REDAÇÃO

Lançado há um ano, o Threads, desenvolvido pela Meta, ainda luta para se firmar como o novo Twitter, ou X, como é atualmente conhecido. Com o declínio do Twitter após a aquisição por Elon Musk, os executivos da Meta viram uma oportunidade de criar uma alternativa robusta para uma plataforma que já foi a principal fonte de notícias em tempo real e discussões acaloradas na internet.

A aquisição do Twitter por Elon Musk no final de 2022 trouxe uma série de mudanças que alteraram significativamente a dinâmica da plataforma. Entre essas mudanças, estavam a remoção de verificações de contas, o aumento do alcance para usuários pagantes e um algoritmo que passou a privilegiar o entretenimento em detrimento das notícias. Essas alterações fizeram com que a comunidade online começasse a questionar a “saúde” do Twitter e iniciasse a busca por uma alternativa.

Foi nesse contexto que a Meta, já proprietária de gigantes como Facebook, Instagram e WhatsApp, lançou o Threads. A nova rede social rapidamente acumulou 175 milhões de usuários mensais e trouxe consigo vários recursos promissores. No entanto, apesar de seu crescimento, o Threads ainda não conseguiu ocupar o espaço deixado pelo Twitter no campo das “notícias quentes”.

Adam Mosseri, chefe do Threads, afirmou em entrevista à Bloomberg que o objetivo da plataforma é ser “um lugar onde você possa estar atualizado sobre o que está acontecendo no momento em que está acontecendo”. Contudo, Mosseri destacou que o Threads não amplificará notícias políticas. Embora os usuários possam compartilhar e buscar informações políticas, a plataforma não recomendará postagens políticas a menos que provenham de contas que os usuários já sigam.

“Achamos que isso traz muitos problemas para valer qualquer vantagem potencial que possa haver no engajamento ou na receita”, explicou Mosseri. Mais de 50% das postagens que os usuários veem no Threads são recomendadas, o que significa que as discussões políticas serão inevitavelmente mais contidas e isoladas do que em outras plataformas.

Existem razões legítimas para essa abordagem. As notícias políticas têm se tornado cada vez mais polarizadoras e podem complicar o ambiente de uma plataforma social. Vimos isso no Twitter, onde líderes mundiais muitas vezes usaram o serviço para disseminar informações falsas ou manipulativas. O objetivo de Mosseri é tornar o Threads um lugar “menos irritado” do que o Twitter.

Apesar dos desafios, o Threads possui uma oportunidade significativa à medida que as eleições nos Estados Unidos se aproximam. Historicamente, a discussão política tornou o Twitter um serviço relevante e necessário. O desafio para o Threads será encontrar um equilíbrio entre fornecer informações em tempo real e manter um ambiente menos polarizado e mais amigável.

Com a proximidade das eleições, o Threads tem a chance de se tornar indispensável para aqueles que buscam informações e atualizações em tempo real. No entanto, resta saber se o público adotará essa nova plataforma com a mesma intensidade com que usava o Twitter para discussões políticas e notícias urgentes.

Enquanto a Meta continua a aprimorar o Threads, a plataforma precisa demonstrar sua relevância e capacidade de lidar com grandes eventos mundiais de maneira eficaz. A abordagem de Mosseri, focada em reduzir a polarização e promover um ambiente mais positivo, será testada à medida que questões políticas e sociais importantes surgirem.

A Meta, por meio do Threads, busca criar uma alternativa viável e sustentável ao Twitter. A empresa está ciente dos desafios e oportunidades que enfrentará nos próximos meses e anos. Com um planejamento estratégico e uma abordagem cuidadosa, o Threads pode se consolidar como a principal plataforma para discussões e notícias em tempo real, oferecendo uma experiência de usuário diferenciada e mais amigável.

A evolução do Threads nos próximos meses será crucial para determinar seu lugar no mercado de redes sociais. Se a plataforma conseguir equilibrar relevância com um ambiente positivo, poderá finalmente ocupar o espaço deixado pelo Twitter e se tornar uma ferramenta essencial para milhões de usuários em todo o mundo.