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Na quinta-feira, 28 de março, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela invalidação das regras aprovadas pelo Congresso Nacional referentes à distribuição das chamadas sobras eleitorais, vagas não preenchidas nas eleições para deputados e senadores. Além disso, ficou estabelecido que essa decisão se aplicará também às eleições futuras, incluindo as de 2024. Contudo, a atual composição da Câmara dos Deputados não será afetada por essa determinação.
As sobras eleitorais são uma questão complexa que se refere à distribuição de vagas proporcionais nos Legislativos (deputados e vereadores). Diferentemente das eleições majoritárias, onde o candidato com mais votos é eleito, nas proporcionais, o sistema considera tanto os votos no partido quanto nos candidatos.
O entendimento majoritário do STF foi de que a lei aprovada em 2021, que restringia o acesso às sobras eleitorais, era inconstitucional. Segundo essa lei, apenas os partidos que obtivessem pelo menos 80% do quociente eleitoral e os candidatos que alcançassem pelo menos 20% desse quociente teriam direito às sobras, em contraste com a legislação anterior, que permitia a participação de todos os partidos e candidatos.
A decisão do STF gerou debates intensos e teve placares divergentes. Sete ministros consideraram as regras restritivas inconstitucionais, enquanto quatro divergiram, defendendo a validade total ou parcial da norma.
Além disso, houve discussão sobre a aplicação do entendimento para eleições futuras. Seis ministros entenderam que a decisão deveria valer apenas para as próximas eleições, enquanto cinco defenderam que ela deveria ser aplicada retroativamente, alcançando o resultado de 2022.
A aplicação retroativa da decisão teria impactos significativos, levando à perda de mandato de sete deputados federais eleitos em 2022. No entanto, com a decisão de aplicar o entendimento apenas a eleições futuras, a atual composição da Câmara dos Deputados permanece inalterada.
Essa decisão do STF reforça a importância do Poder Judiciário na definição das regras eleitorais e ressalta a necessidade de um debate amplo e transparente sobre as normas que regem o processo democrático no país.
A decisão também destaca a complexidade e sensibilidade das questões relacionadas ao sistema eleitoral brasileiro, evidenciando a importância de garantir a igualdade de oportunidades e representatividade para todos os envolvidos no processo democrático.