Silvio Santos, Ícone da TV brasileira, morre aos 93 Anos

DA REDAÇÃO

Silvio Santos, um dos maiores ícones da televisão brasileira, faleceu neste sábado, 17 de agosto de 2024, aos 93 anos, deixando um legado inigualável na história da comunicação e do entretenimento no Brasil. O apresentador e dono do SBT, cuja carreira se estendeu por mais de sete décadas, faleceu em decorrência de broncopneumonia, complicação de uma infecção por Influenza (H1N1). Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, onde veio a falecer de madrugada.

Nascido Senor Abravanel, em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, Silvio Santos começou sua trajetória de sucesso ainda jovem. Filho de imigrantes judeus, desde cedo demonstrou talento para os negócios, vendendo capinhas para proteção do título de eleitor nas ruas da capital fluminense. Com seu carisma e habilidade natural para a comunicação, rapidamente chamou atenção, ingressando na Rádio Guanabara após vencer um concurso de locutores.

Embora tenha experimentado sucesso como camelô, Silvio decidiu retomar sua carreira no rádio, o que abriu caminho para sua entrada definitiva no mundo do entretenimento. Após servir ao Exército na Escola de Paraquedistas, ele se mudou para São Paulo, onde começou a apresentar espetáculos e sorteios em caravanas de artistas, consolidando sua presença na mídia como locutor na Rádio Nacional de São Paulo.

Sua capacidade empreendedora ficou ainda mais evidente quando se associou ao radialista Manuel da Nóbrega no Baú da Felicidade, um empreendimento que rapidamente se tornou um sucesso nacional. Inicialmente, o Baú oferecia uma caixa de brinquedos em troca de pagamentos parcelados, mas com o tempo, diversificou suas ofertas, incluindo eletrodomésticos e sorteios de prêmios maiores, como casas e carros. Este negócio foi o embrião para a criação do Grupo Silvio Santos, em 1962, que se expandiu para incluir diversas empresas, como o banco Pan-Americano e a empresa de cosméticos Jequiti.

A carreira televisiva de Silvio Santos começou na TV Paulista, na década de 1960, e rapidamente se tornou um fenômeno de popularidade. Com programas variados, como “Domingo no Parque” e “Topa Tudo por Dinheiro”, ele se estabeleceu como uma figura dominante na televisão dominical brasileira. Seu carisma e talento para o entretenimento garantiram-lhe uma base fiel de espectadores, e seu nome se tornou sinônimo de qualidade e inovação na TV.

O sonho de Silvio Santos de ter sua própria emissora de televisão se concretizou em 1976, quando adquiriu o Canal 11 no Rio de Janeiro, que foi batizado de TVS. Cinco anos depois, em 1981, ele conseguiu a concessão de mais quatro canais, formando o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Sob sua liderança, o SBT se tornou a segunda maior emissora de televisão do Brasil, trazendo ao público uma programação diversificada que incluía programas de auditório, novelas mexicanas e séries internacionais de sucesso, como “Chaves”.

Durante as décadas de 1980 e 1990, Silvio Santos se dedicou a consolidar o SBT como uma potência na televisão brasileira. Além de continuar apresentando seus programas, ele trouxe artistas renomados para a emissora, como Jô Soares, e inovou ao incluir em sua grade programas populares como as novelas mexicanas, que se tornaram um marco na programação do canal.

Além de sua carreira na televisão, Silvio Santos também teve uma breve incursão na política. Em 1988, ele se filiou ao PFL (atual DEM) com a intenção de disputar a Prefeitura de São Paulo. Embora tenha desistido dessa candidatura, em 1989, ele tentou concorrer à Presidência da República pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro), mas sua candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após disputas judiciais.

Mesmo fora da política, Silvio continuou a ser uma figura influente na sociedade brasileira, sendo reconhecido por seu empreendedorismo e contribuição para a indústria do entretenimento. Em 2022, a vida de Silvio foi retratada na série “O Rei da TV”, lançada pela Star+, que narra sua trajetória desde suas origens humildes até se tornar um dos comunicadores mais bem-sucedidos e respeitados do país.

Silvio Santos manteve seu programa dominical no ar até 2020, quando a pandemia de Covid-19 o afastou dos estúdios de gravação. Sua filha, Patrícia Abravanel, assumiu o comando do programa, que continuou a ser transmitido com o nome original, em homenagem ao legado do pai.

A morte de Silvio Santos marca o fim de uma era na televisão brasileira. Ele não foi apenas um apresentador; foi um empresário visionário que transformou o cenário midiático do país, criando um império que permanece até hoje. Seu carisma, inteligência empresarial e dedicação ao público deixaram uma marca indelével na cultura popular brasileira.

Silvio Santos será lembrado não apenas por sua contribuição à televisão, mas também por sua capacidade de inspirar gerações de comunicadores e empresários. Sua história é um testemunho do poder da determinação, inovação e carisma, características que fizeram dele um dos maiores ícones do Brasil.