
O Senado argentino rejeitou nesta quinta-feira (14) o megadecreto apresentado por Javier Milei, contendo mais de 300 artigos que propunham desregulações em diversas áreas da economia. Com 42 votos contrários, 25 a favor e quatro abstenções, o decreto, em vigor desde dezembro, agora segue para votação na Câmara de Deputados.
O megadecreto, parte do plano econômico do governo atual, buscava eliminar ou modificar várias leis e regulamentações, incluindo aquelas relacionadas a aluguéis e controle de preços de planos de saúde. Destacam-se as mudanças no Código Civil e Comercial, permitindo pagamentos em qualquer moeda, e a autorização para venda de remédios fora de farmácias.
Entre as leis revogadas estavam aquelas relacionadas ao controle de preços pelo governo e à promoção da oferta de produtos regionais nos supermercados para conter aumentos de preços. A convocação da votação gerou especulações sobre um possível racha entre a vice-presidente Victoria Villarruel e o presidente, destacando as tensões políticas.
Com centenas de artigos, o megadecreto só perderá vigência se rejeitado tanto pelo Senado quanto pela Câmara, levantando dúvidas sobre a capacidade do peronismo de conquistar a maioria na Câmara. A rejeição no Senado representa uma derrota para Milei e pode indicar obstáculos futuros para a aprovação do decreto na próxima etapa legislativa.
O resultado da votação reflete a divisão e a complexidade do cenário político-econômico argentino, com diferentes forças buscando influenciar as políticas governamentais. Enquanto isso, a economia do país continua enfrentando desafios, incluindo altos índices de inflação e incertezas sobre o rumo das políticas econômicas.
Diante da rejeição no Senado, o mega decreto agora enfrentará novos debates e análises na Câmara, onde o resultado final ainda é incerto. O desfecho desse processo legislativo terá impactos significativos na economia argentina e nas perspectivas de longo prazo para o país.