Após recorde de R$ 10,3 bilhões arrecadados em petróleo e gás, Brasil espera novas altas até 2030

DA REDAÇÃO

O Brasil atingiu um marco histórico em 2024 com a arrecadação de R$ 10,3 bilhões provenientes da comercialização de petróleo e gás, superando em 71% o valor de R$ 6,02 bilhões registrado no ano anterior. Este feito se deve principalmente aos contratos de partilha de produção e ao acordo de individualização do Campo de Tupi, na Bacia de Santos, que têm gerado um aumento significativo na produção e nas vendas de petróleo, garantindo receitas recordes para a União.

De acordo com Tabita Loureiro, presidente interina da Pré-Sal Petróleo (PPSA), a produção proveniente dos contratos de partilha de produção tem crescido a cada ano, o que resultou em um aumento da quantidade de petróleo e gás disponível para comercialização pela União. Em 2024, foram embarcadas 56 cargas de 500 mil barris de petróleo, número que mais do que dobrou em relação a 2023, quando 33 cargas foram embarcadas. A expectativa é que, até 2030, o Brasil exporte mais de 365 cargas, um crescimento exponencial.

A maior parte da produção de petróleo veio de campos de grande destaque, como Mero, que respondeu por 43 cargas, Búzios (6), Sépia (3), entre outros. Além disso, o Brasil também comercializou 53,8 milhões de metros cúbicos de gás natural para a Petrobras.

Tabita Loureiro destaca que o aumento na arrecadação é reflexo de uma série de fatores, como a maior eficiência nas operações e o aprimoramento das estratégias de comercialização da PPSA, que desde 2021 vem conduzindo processos competitivos de vendas. A executiva enfatizou que os recursos arrecadados são inteiramente direcionados ao Tesouro Nacional, contribuindo para o fortalecimento das finanças públicas.

Com relação à transição energética global, Loureiro aponta que os projetos no pré-sal já são significativamente menos intensivos em carbono do que a média mundial. Em 2024, as emissões dos contratos de partilha ficaram em torno de 60% da média mundial. O Brasil, com uma matriz energética com quase 50% de renováveis, se destaca por equilibrar a exploração do pré-sal com a busca por uma transição energética mais sustentável.

Para a PPSA, a segurança energética e a autossuficiência são prioridades. Tabita Loureiro destaca a importância de manter a oferta de áreas e continuar a exploração do petróleo enquanto houver demanda no mercado, garantindo que o Brasil se mantenha como um produtor autossuficiente e com menor impacto ambiental do que outros países produtores.

O desempenho da indústria do petróleo e gás em 2024 reforça a posição do Brasil como um dos principais produtores de petróleo mundial e abre um horizonte promissor para os próximos anos, com previsão de novas altas na arrecadação até 2030.