Portugal controla incêndios após semana devastadora e agradece apoio internacional

DA REDAÇÃO

Portugal desafiou uma semana com incêndios florestais que se alastraram pelo norte e centro do país. Nesta sexta-feira, 20 de setembro de 2024, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) confirmou que todos os grandes incêndios foram controlados, permitindo o início da desmobilização de grande parte dos recursos envolvidos na operação de combate ao fogo, tanto nacionais quanto internacionais.

O comandante nacional da ANEPC, André Fernandes, anunciou em um coletivo de imprensa em Oeiras, na região metropolitana de Lisboa, que as ocorrências que estiveram ativas até a madrugada de hoje foram contidas. Ainda assim, cinco incêndios rurais permanecem em curso, sendo um deles, no município de Peso da Régua, no norte de Portugal, considerados de grande relevância e ainda necessitando de uma força-tarefa robusta. Nesta área, 39 homens, 11 meios terrestres e dois aviões concorrentes continuam para eliminar os focos remanescentes.

Além desses incêndios ativos, outras 22 ocorrências estão em fase de resolução, diminuindo que, embora as chamas estejam controladas, os bombeiros e militares ainda trabalham para extinguir completamente os focos. No total, 1.622 soldados estão em terra com o apoio de 495 veículos e três aeronaves.

Impacto dos Incêndios e Vítimas

Os incêndios florestais ocorridos no sábado deixaram um rastro de destruição e vítimas. Até ao momento, foram registadas 182 pessoas afetadas, incluindo cinco mortes trágicas – quatro bombeiros e um civil. Além disso, 12 pessoas ficaram gravemente feridas, destacando o impacto devastador daquelas queimadas.

A rápida propagação das chamas devastou aproximadamente 94.146 hectares de vegetação, sendo considerada uma das maiores catástrofes naturais dos últimos anos em Portugal. Essa destruição obrigou o governo a mobilizar o maior contingente já registrado no país para combater incêndios, com 37.700 militares e mais de 10 mil veículos de combate ao fogo em ação.

Apoio Internacional

Perante a gravidade dos incêndios, Portugal contou com um importante apoio internacional, que desempenhou um papel crucial para conter as chamas. O comandante Fernandes agradeceu publicamente o auxílio prestado por países como Espanha, França, Itália, Marrocos e Grécia. Esses países enviaram recursos adicionais, como aeronaves e pessoal, para fortalecer os esforços locais.

O Mecanismo de Proteção Civil da União foi acionado, possibilitando a chegada de oito aviões anfíbios Canadair, provenientes de França, Espanha e Itália, além de outros dois aviões europeus enviados por Marrocos. Embora a Grécia não tenha podido atuar em território continental, o país também ofereceu seus recursos de combate a incêndios, demonstrando solidariedade em um momento de crise.

Situação Climática e Prevenção

Com os incêndios controlados, Portugal agora se prepara para enfrentar uma nova fase de desafios. A previsão de mudança climática para a próxima semana, com a queda das temperaturas e o aumento das chuvas, representa tanto uma esperança de recuperação quanto um alerta para novas adversidades.

O comandante Fernandes enfatizou a necessidade de estabilizar as áreas que foram severamente queimadas, que agora se encontram vítimas de incidentes graves em caso de chuvas intensas. “Essas áreas devastadas podem sofrer ainda mais se forem atingidas por chuvas fortes sem o preparo necessário”, explicou. O governo e as autoridades locais já estão traçando planos para mitigar os possíveis danos causados ​​pelas mudanças nas condições climáticas.

Registro de Mobilização e Esforços de Combate

Os mais de mil focos de incêndio que foram declarados desde o último fim de semana exigiram uma mobilização sem precedentes no país. Além dos milhares de militares, bombeiros e civis que participaram dos esforços de contenção, o governo português destacou que o número de meios terrestres e aéreos mobilizados também foi registrado. Mais de 10 mil veículos e diversas aeronaves foram envolvidos nas operações de combate ao fogo.

Essa mobilização massiva salienta a gravidade da situação enfrentada por Portugal. O país, conhecido por suas belas paisagens naturais, viveu uma semana de destruição ambiental em larga escala, com focos de incêndio atingindo tanto áreas florestais quanto regiões habitadas.

O último grande incêndio que devastou o Parque Nacional de Brasília ocorreu em 2022, quando 7,7 mil hectares foram consumidos pelas chamas. No entanto, os incêndios deste ano superaram qualquer expectativa e demonstraram a necessidade urgente de uma cooperação internacional eficaz para combater as ameaças de queimadas em larga escala.

Prevenção e Preparativos Futuros

Com os incêndios agora controlados, as autoridades portuguesas estão redobrando os esforços de prevenção e preparação para futuros desastres naturais. A ANEPC ressaltou a importância de estabelecer protocolos de resposta rápida e eficaz para fazer face a incêndios que possam surgir novamente no futuro.

Portugal já vem adotando medidas de prevenção, como campanhas de conscientização pública sobre os riscos de queimadas durante o verão, além de reforçar as estruturas de vigilância e combater os incêndios em áreas mais vulneráveis. No entanto, os acontecimentos desta semana evidenciam que as mudanças climáticas continuam a representar um desafio significativo, aumentando a frequência e intensidade dos incêndios florestais no país.