
A Meta, gigante da tecnologia, anunciou um investimento estratégico na área de robôs humanoides movidos por inteligência artificial (IA), com a criação de uma nova equipe na divisão Reality Labs. A Meta busca transformar a maneira como a tecnologia de robôs pode ser usada no ambiente doméstico, ajudando a construir a base de software e sensores que permitirão a outras empresas desenvolverem e comercializarem esses robôs. Embora o objetivo inicial não seja lançar um robô próprio, a empresa pretende oferecer as tecnologias necessárias para facilitar a produção de robôs por fabricantes externos, estabelecendo-se como a infraestrutura central para o setor.
O projeto está sendo liderado por Marc Whitten, ex-CEO da Cruise, divisão de carros autônomos da General Motors, e terá um foco em fornecer à indústria as ferramentas necessárias para a criação de robôs humanoides capazes de realizar tarefas domésticas, como dobrar roupas e transportar copos de água. A Meta já iniciou conversas com empresas do setor, como Unitree Robotics e Figure AI Inc., que podem se beneficiar dessas novas tecnologias.
Com um time em expansão, a Meta pretende contratar cerca de 100 engenheiros até o final de 2024 para acelerar o desenvolvimento dessa iniciativa. Whitten, em um comunicado interno, destacou que a empresa tem avançado no rastreamento de mãos, sensores de baixa latência e computação eficiente, áreas que complementam perfeitamente o desenvolvimento de robôs humanoides. A Meta tem a ambição de se tornar a “base” para a indústria de robôs, um papel similar ao que o sistema operacional Android ocupa no mercado de smartphones.
A Meta está apostando em sua expertise em IA e realidade aumentada para ajudar a superar os desafios técnicos que ainda dificultam a construção de robôs humanoides capazes de executar tarefas simples no dia a dia. Embora empresas como Tesla, com seu robô Optimus, e Boston Dynamics, com suas soluções para automação industrial, também estejam investindo nesse campo, a Meta planeja focar em aplicações domésticas.
Ainda assim, o caminho para o sucesso não será simples. A empresa precisa lidar com questões cruciais, como a segurança do usuário, o consumo de energia dos robôs e falhas operacionais que podem surgir durante a execução de tarefas. Essas preocupações precisam ser resolvidas para que a comercialização em larga escala se torne viável.
O grupo de pesquisa em inteligência artificial da Meta, o FAIR (Fundamental AI Research Group), já está trabalhando na área e publicando estudos sobre robótica. A Apple, que também vem investindo em robôs humanoides, recentemente iniciou publicações científicas na área, o que indica que a competição neste setor está se intensificando.
No entanto, fontes ligadas ao projeto afirmam que a Meta ainda enfrenta desafios substanciais antes que robôs humanoides se tornem acessíveis ao público em geral. Apesar dos avanços, ainda levará alguns anos para que a tecnologia esteja disponível de forma mais ampla e acessível. Mesmo assim, a Meta vê esse mercado como um ponto crucial para seu futuro e se prepara para ocupar uma posição estratégica, liderando o desenvolvimento de robôs inteligentes para uso doméstico.
O setor de robôs humanoides pode, portanto, transformar a maneira como interagimos com a tecnologia em nossas casas, facilitando tarefas cotidianas e criando novas possibilidades de integração entre o digital e o físico. A Meta, com seus avanços em IA, se coloca na vanguarda dessa transformação, oferecendo as bases para um futuro em que robôs possam desempenhar um papel essencial no cotidiano das pessoas.