Marina Silva solicita reforço de aeronaves ao Ministério da Defesa para combate a incêndios na Amazônia

DA REDAÇÃO

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, solicitou ao Ministério da Defesa o reforço de aeronaves para intensificar o combate aos incêndios florestais na Amazônia Legal. O pedido, feito na quarta-feira, 10 de setembro, visa o fornecimento de suporte aéreo durante o período crítico de queimadas, que vai de setembro a novembro, principalmente em áreas de difícil acesso.

Marina Silva destacou que, devido à vasta extensão e complexidade das regiões afetadas, o apoio logístico das Forças Armadas é fundamental para o transporte de brigadistas e combate às chamas. Segundo ela, a necessidade de reforçar as ações de combate aos incêndios se torna urgente, uma vez que os focos de fogo se concentram em áreas isoladas, de difícil acesso, onde os recursos locais são limitados.

A Situação Atual e a Necessidade de Reforços

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) são as principais entidades responsáveis pelo combate direto aos incêndios florestais. No entanto, Marina Silva afirmou que ambos os institutos estão operando em plena capacidade com os meios disponíveis. Ela ressaltou que, embora as instituições estejam empenhadas em suas atribuições, é necessário ampliar os recursos e a infraestrutura de combate para enfrentar a crescente ameaça das queimadas.

Atualmente, o Ibama conta com 10 helicópteros alugados, 13 aviões especializados no lançamento de água e mais de 100 brigadas de combate aos incêndios. Apesar desse contingente, a escala e a intensidade dos focos de incêndio exigem uma resposta ainda mais robusta. O pedido da ministra reforça a necessidade de aeronaves adicionais para o transporte de brigadistas e equipamentos para três regiões específicas:

  1. O complexo do Xingu e Araguaia, nos estados de Mato Grosso e Tocantins;
  2. O sul do estado do Amazonas e Rondônia;
  3. O eixo da BR-163, no estado do Pará.

O Impacto das Queimadas e as Ações Governamentais

A temporada de queimadas na Amazônia é um problema recorrente e atinge proporções alarmantes devido à combinação de fatores como a seca prolongada, as altas temperaturas e as práticas ilegais de desmatamento e queimadas. O governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente, tem intensificado suas ações para mitigar os danos ambientais e proteger as áreas de conservação e comunidades afetadas.

Segundo o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, houve conversas com o Ministério da Defesa para a disponibilização de mais equipamentos de combate aos incêndios. “Estamos em um momento crucial, e precisamos de toda a ajuda possível. A Defesa se comprometeu em reforçar as operações com equipamentos adicionais, e isso será fundamental para ampliarmos a área de atuação”, disse Agostinho.

Além do pedido por mais aeronaves, o governo prepara um pacote ambiental que será apresentado à Organização das Nações Unidas (ONU), com medidas específicas para combater as queimadas e proteger a Amazônia. A iniciativa visa reforçar o compromisso do Brasil com o combate às mudanças climáticas e o desmatamento ilegal, que são agravados pelos incêndios florestais.

Consequências das Queimadas na Amazônia

Os incêndios florestais têm consequências devastadoras para o meio ambiente e para as comunidades locais. As chamas destroem áreas de vegetação nativa, contribuem para a emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa e ameaçam a biodiversidade da região. Além disso, a fumaça das queimadas causa sérios problemas de saúde, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

A ministra do Meio Ambiente destacou que o impacto das queimadas é sentido em todo o Brasil e que a proteção da Amazônia é uma responsabilidade compartilhada. “Estamos diante de um desafio global, e o Brasil tem um papel crucial na preservação de um dos ecossistemas mais importantes do planeta. Precisamos agir rapidamente e com determinação para conter essa crise”, afirmou Marina Silva.

O Apoio Internacional e a Colaboração com a ONU

O aumento das queimadas na Amazônia tem gerado preocupação internacional. Organizações ambientais e líderes globais têm pressionado o governo brasileiro a tomar medidas mais efetivas para combater o desmatamento e as queimadas ilegais. Em resposta, o governo brasileiro busca estreitar a colaboração com organismos internacionais, como a ONU, para fortalecer as ações de preservação ambiental.

O pacote ambiental que o Brasil pretende apresentar na ONU incluirá novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e políticas para fomentar o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Essas medidas são vistas como cruciais para evitar que a região entre em um ponto de inflexão irreversível, onde a destruição ambiental afetaria de forma permanente o equilíbrio do ecossistema.

A Importância do Reforço das Forças Armadas

O papel das Forças Armadas é vital para garantir que o combate às queimadas seja eficiente e abrangente. O transporte de brigadistas e equipamentos em áreas de difícil acesso é essencial para que as equipes de combate possam agir rapidamente e evitar que os focos de incêndio se espalhem.

A utilização de aeronaves para lançar água em áreas afetadas é uma estratégia que tem sido amplamente utilizada em outras regiões do mundo e que se mostrou eficaz. No entanto, devido à extensão da Amazônia, o uso de mais recursos é imprescindível para conter o avanço das chamas. Marina Silva destacou que, com a colaboração das Forças Armadas, o Brasil terá uma maior capacidade de resposta e poderá proteger mais áreas de conservação.