MagAli: Magazine Luiza e AliExpress fecham parceria e ações do Magalu sobem 12%

Foto: Montagem/Wikipédia/AliExpress
DA REDAÇÃO

O Magazine Luiza, uma das maiores varejistas brasileiras, anunciou recentemente uma parceria inesperada com o AliExpress, uma das maiores plataformas de comércio eletrônico do mundo, de origem chinesa. A colaboração visa integrar os produtos de ambas as empresas em seus respectivos marketplaces, aumentando a diversidade e a acessibilidade de itens para seus consumidores.

Essa aliança representa uma estratégia interessante para as duas gigantes do varejo. No site do Magalu, o AliExpress venderá produtos de sua linha Choice, além de itens de consumo contínuo em categorias como beleza, acessórios de computador e telefonia, e produtos de venda direta que apresentam um bom custo-benefício. Esses produtos serão importados com a certificação do Magalu por meio do programa Remessa Conforme. Por outro lado, o Magalu disponibilizará produtos de seu estoque próprio, como eletrodomésticos e eletrônicos, no site do AliExpress Brasil.

A união das duas plataformas resulta em mais de 700 milhões de visitas mensais no Brasil e um total de 60 milhões de clientes ativos. Para o AliExpress, a parceria deve aumentar o valor de venda bruta de mercadorias (GMV). Já para o Magalu, a expectativa é aumentar a frequência de compra em seu marketplace com uma maior variedade de produtos de compra recorrente e tíquete médio mais baixo. Essa combinação pode atrair mais consumidores e aumentar a conversão de vendas em ambas as plataformas.

Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, destacou a importância dessa parceria: “A chance de conversão nos dois canais é muito alta. Aumenta bastante a frequência de compra no nosso site e o aumento de GMV no AliExpress ajuda a monetizar a audiência deles. Somando à audiência do AliExpress, também é uma forma de consolidar nossa liderança no 1P, que já somos, de longe, o maior no país”.

Briza Rocha Bueno, diretora de desenvolvimento de negócios do AliExpress para o Brasil e América Latina, complementou: “A parceria reforça nossa crença no comércio local. Estamos confortáveis em ter os produtos do Magazine Luiza no AliExpress e é muito complementar para o nosso cliente”.

Negociada desde o final do ano passado, a parceria ganhou força após a aprovação da alíquota de 20% para produtos importados pelo Congresso, um tema que gerou muita disputa. A isenção federal para importações até US$ 50 foi um ponto de grande debate, com o varejo nacional, representado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), sendo um dos principais opositores.

“Após a nova situação vinda pelo valor da taxação aprovado no Congresso, ficamos confortáveis em acelerar o acordo. Nunca critiquei as plataformas asiáticas, sempre admirei eles. Acho as plataformas e o cross-boarder inexorável, acontece no mundo todo. O importante era ter isonomia e isso aconteceu”, afirmou Trajano.

A parceria, que começará a valer a partir do terceiro trimestre, inclui a cobrança de take rate (percentual sobre o valor da venda) para cada venda, como funciona para os vendedores nas plataformas de marketplace. As duas empresas negociaram condições especiais para a parceria, mas não divulgaram os valores envolvidos.

“A beleza da parceria está nisso, no ganha-ganha. Ela é tão complementar que conseguimos resolver a equação financeira”, comentou Trajano.

Cada companhia será responsável pelas entregas de suas vendas por meio de seus sistemas logísticos. No entanto, as duas empresas consideram estender a parceria para a distribuição logística no futuro. Atualmente, a maior parte das entregas do AliExpress no Brasil é realizada pelos Correios.

O anúncio da parceria foi bem recebido pelo mercado. Às 11h, as ações do Magazine Luiza subiam 12%, para R$ 12,13. No acumulado do ano, o papel da varejista ainda apresenta uma queda de 43,99%.