
Em um anúncio importante durante agenda no Amapá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a implementação do crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada, afirmando que será a maior política de crédito já vista no Brasil. O governo federal já vinha discutindo a viabilidade dessa medida, que visa estender aos trabalhadores CLT a possibilidade de acessar crédito consignado, uma modalidade de empréstimo com pagamento descontado diretamente da folha de pagamento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia dado os primeiros passos para essa iniciativa, e agora Lula confirmou que a medida está em andamento, com lançamento previsto para o dia 12 de março. De acordo com fontes do governo, o processo está sendo desenvolvido com o apoio da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), que está trabalhando no desenvolvimento das soluções tecnológicas para a implementação dessa plataforma de crédito.
A ideia por trás do crédito consignado para trabalhadores privados é facilitar o acesso a empréstimos com menos burocracia e juros mais baixos, uma vez que o pagamento será descontado diretamente da folha de pagamento. O eSocial, sistema que já centraliza informações trabalhistas, será utilizado para facilitar a contratação e a oferta dessa modalidade de crédito, tornando o processo mais ágil e eficiente para os trabalhadores.
No entanto, o presidente esclareceu que, ao contrário do que era defendido por setores do governo, como o ministro do Trabalho Luiz Marinho, o governo decidiu não estabelecer, pelo menos por enquanto, um teto para os juros do consignado privado. Isso foi visto como uma vitória para os grandes bancos e fintechs, que preferem a flexibilidade nas taxas de juros, embora isso tenha gerado críticas de defensores de políticas mais rigorosas para proteger o consumidor de juros abusivos.
Além disso, o presidente reforçou um dos projetos mais aguardados do seu governo: a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Lula garantiu que o projeto está praticamente pronto e acredita que ele será aprovado no Congresso. Com essa medida, cerca de 17 milhões de brasileiros que recebem até R$ 5 mil por mês ficariam isentos do pagamento do IR, o que representaria um alívio para as finanças de muitas famílias.
Lula também criticou a disparidade nos preços do gás de cozinha, que chega a custar até R$ 150 em alguns estados, enquanto o preço para a Petrobras é de apenas R$ 36. Para ele, essa diferença é injusta, e a medida para reduzir o preço do gás deve ser uma prioridade, assim como a eliminação da carga tributária sobre os mais pobres enquanto os mais ricos seguem sem pagar IR.
Essas iniciativas fazem parte de uma série de medidas do governo Lula para ampliar o acesso dos brasileiros ao crédito e aliviar a carga tributária sobre a classe trabalhadora. No entanto, ainda há desafios pela frente, principalmente na questão do crédito consignado, onde a falta de controle sobre as taxas de juros pode gerar um aumento da inadimplência e prejudicar os trabalhadores que já enfrentam dificuldades financeiras.
Por fim, o governo também segue com a análise do impacto dessas medidas sobre a economia, aguardando os desdobramentos das discussões no Congresso para colocar em prática as mudanças desejadas para o país.