Israel fecha embaixadas após ataques ao Irã e alerta para risco global de retaliação

DA REDAÇÃO

O governo de Israel anunciou, nesta sexta-feira (13), o fechamento de todas as suas embaixadas no exterior após o lançamento de uma série de ataques de grande escala contra instalações militares e nucleares do Irã. Em comunicado oficial publicado nos sites de diversas representações diplomáticas, o país afirmou que todos os serviços consulares estão suspensos por tempo indeterminado e pediu que seus cidadãos permaneçam em alerta, evitando exibir símbolos judaicos ou israelenses em locais públicos.

A decisão veio em resposta ao cenário de alta tensão internacional gerado pelo ataque israelense, que teve como alvos centrais cientistas ligados ao programa nuclear iraniano e importantes figuras militares. Entre os mortos, segundo a imprensa estatal iraniana, estão Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, e Fereydoon Abbasi, ex-diretor da agência nuclear do Irã. O governo de Teerã confirmou ainda a morte de seis cientistas nucleares.

A operação militar, que pode marcar uma escalada sem precedentes no conflito entre os dois países, levou o Irã a acusar Israel de “declaração de guerra” e a prometer retaliação. Em carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, solicitou ação imediata da comunidade internacional diante do que classificou como uma violação direta da soberania iraniana.

Diante do risco iminente de ataques coordenados contra alvos israelenses e judeus em diversos países, Israel suspendeu preventivamente as atividades de todas as suas missões diplomáticas, incluindo consulados e representações em organizações internacionais. Cidadãos foram orientados a buscar ajuda junto às autoridades locais de segurança caso percebam qualquer ameaça ou movimentação hostil.

Em Berlim, o governo da Alemanha anunciou o reforço da proteção a sinagogas e centros israelenses. Medidas semelhantes foram adotadas em outras capitais europeias. A Grande Sinagoga de Estocolmo, por exemplo, foi cercada por veículos policiais, conforme relato da agência Reuters.

De acordo com fontes diplomáticas, a ação militar de Israel foi planejada com base na avaliação de que o Irã se encontra fragilizado interna e externamente. A recente queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, a perda de força do Hezbollah no Líbano e os sucessivos ataques contra grupos como Hamas e Jihad Islâmica diminuíram o poder de reação imediato do Irã por meio de seus aliados regionais.

Com isso, o governo de Benjamin Netanyahu avaliou que o momento era propício para uma ofensiva direcionada ao programa nuclear iraniano. Em pronunciamento, o premiê israelense afirmou que o ataque atingiu o “coração do enriquecimento de urânio do Irã” e que a Operação Leão Ascendente continuará “por quantos dias forem necessários”.

Netanyahu também alertou que o Irã estaria a poucos meses de atingir capacidade para construir uma bomba nuclear, o que justificaria a ofensiva como uma ação de autodefesa. Segundo o governo israelense, a instalação de Natanz, a cerca de 225 km ao sul de Teerã, foi um dos principais alvos atingidos pelos bombardeios.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump declarou que o Irã teria provocado o ataque ao “resistir às exigências americanas” nas negociações para um novo acordo nuclear. Trump disse ainda que novos ataques podem ser “ainda mais brutais”, caso Teerã insista em manter seu atual programa atômico.

Internamente, a situação também gerou efeitos imediatos. Em Jerusalém, sirenes foram acionadas na madrugada, alertando a população para a possibilidade de ataques retaliatórios. Nas redes sociais, o Ministério da Defesa de Israel pediu que os cidadãos reforcem seus estoques de água e alimentos e evitem deslocamentos desnecessários.

O fechamento das embaixadas ocorre num contexto em que Israel tenta conter não apenas possíveis ataques do Irã, mas também atos de extremismo isolado ao redor do mundo. O alerta internacional foi estendido a comunidades judaicas, sinagogas e instituições de ensino vinculadas à diáspora.

A Operação Leão Ascendente, que utilizou mais de 200 jatos e drones, é considerada a maior ação militar preventiva de Israel desde os anos 1980. Fontes do governo israelense também indicaram que a Mossad teve papel fundamental no planejamento, inclusive no contrabando de drones explosivos para dentro do território iraniano semanas antes da ofensiva.

A comunidade internacional reagiu com preocupação. O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, declarou que instalações nucleares “jamais devem ser alvo de ataques”, alertando para o risco de “consequências catastróficas” caso o conflito se intensifique.

Apesar da magnitude da operação, analistas indicam que o Irã, embora mantenha uma retórica agressiva, tem hoje capacidade militar limitada para responder a um ataque de tal escala. Ainda assim, o temor de uma guerra aberta no Oriente Médio voltou ao centro da agenda geopolítica global.

A situação segue em desenvolvimento e o mundo acompanha com apreensão o desenrolar dos acontecimentos. Com suas representações diplomáticas fechadas e o alerta máximo de segurança ativado, Israel se prepara para um possível novo capítulo de um dos mais tensos conflitos do século XXI.