Investigação do Assassinato de Marielle Chega ao STF por Suposto Envolvimento de Autoridade com Foro

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

Após seis anos do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, as investigações alcançaram um novo patamar ao chegarem ao Supremo Tribunal Federal (STF). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) encaminhou o caso ao STF após identificar um possível envolvimento de uma autoridade com foro privilegiado no Supremo, o que desencadeou uma reviravolta no processo.

O foro privilegiado é uma prerrogativa que confere a algumas autoridades, como presidente, ministros, senadores, deputados federais, entre outros, o direito de serem julgadas diretamente pelo STF. A identidade da pessoa com foro citada nas investigações permanece sob sigilo, gerando especulações sobre os desdobramentos do caso.

Enquanto isso, a Polícia Federal mantém seu foco na busca pelo mandante do crime que chocou o país. Entre os suspeitos presos, encontram-se Ronie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa e Edilson Barbosa dos Santos. Lessa e Élcio são apontados como executores do assassinato, enquanto Maxwell teria participado do planejamento do crime e monitorado a rotina da vereadora.

Edilson é apontado como o proprietário do ferro-velho onde o carro utilizado no crime foi desmontado. Ronie Lessa, ex-policial militar, discutiu com a PF a possibilidade de uma delação premiada, levantando expectativas sobre a identificação do mandante do crime.

O STJ, em sessão reservada no ano anterior, debateu sobre qual instância seria responsável por analisar uma eventual delação premiada, decidindo que o Ministério Público Federal teria atuação nesse processo. Nesse contexto, Élcio de Queiroz fechou acordo de delação premiada com a PF, apontando Lessa como autor dos disparos.

O desenrolar desse caso emblemático reabre debates sobre o sistema judiciário brasileiro, colocando em foco a eficácia do foro privilegiado e os desafios enfrentados pelas investigações de crimes de grande repercussão. O desfecho dessas investigações não apenas busca justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes, mas também representa um marco na luta contra a impunidade e pela garantia da segurança dos defensores dos direitos humanos no país.