IA do Imazon projeta 6,5 ​​km² da Amazônia sob risco de desmatamento em 2025

DA REDAÇÃO

A previsão do Instituto de Pesquisa Imazon, feita pela plataforma de inteligência artificial PrevisIA, aponta que até 6.531 km² da Amazônia sob risco de desmatamento em 2025, o que representaria um aumento de 4% em relação ao desmatamento registrado em 2024. A análise, divulgado nesta segunda-feira (16/12), mostra que, do total de área ameaçada, 35% está em risco de risco muito alto, alto ou moderado, enquanto 65% está em uma faixa de risco baixo ou muito baixo.

A PrevisIA, lançada em 2021, já se consolidou como uma ferramenta crucial para a prevenção do desmatamento na região. Desde sua criação, a plataforma tem se mostrado altamente eficaz, com uma assertividade média de 73% em suas particularidades, e é utilizada por diferentes órgãos governamentais nos estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Acre, que têm adotadas suas informações para embasar as estratégias de proteção da floresta. A tecnologia é resultado de uma parceria entre o Imazon, a Microsoft e o Fundo Vale, com o objetivo de utilizar inteligência artificial para ajudar no monitoramento e prevenção da derrubada do crescimento.

Carlos Souza Jr, pesquisador do Imazon e coordenador da PrevisIA, destacou que a utilização de dados tecnológicos é essencial para que o Brasil consiga avançar em direção à meta de desmatamento zero até 2030. A redução do desmatamento, além de diminuição das emissões de gases de O efeito estufa pode mitigar os impactos das mudanças climáticas no país, como as secas e as cheias já observadas. “Precisamos usar a tecnologia a favor da floresta”, afirmou.

Entre os estados mais afetados pela previsão de desmatamento estão o Pará (35%), Amazonas (20%) e Mato Grosso (17%), que juntos concentram 72% de toda a área ameaçada de destruição no bioma. O Pará, em particular, apresenta as maiores áreas de risco e, curiosamente, também será o estado onde ocorrerá a COP30, evento crucial para as discussões climáticas globais, em 2025. Entre as terras indígenas, a mais ameaçada é a Kayapó, no Pará , onde se prevê a derrubada de uma área equivalente a 2.500 campos de futebol. Já entre as unidades de conservação, a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu é a mais ameaçada, marcando o quarto ano consecutivo no topo da lista.

Apesar de o desmatamento na Amazônia ter registrado uma queda significativa de 31% em 2024, em comparação ao ano anterior, com uma perda de 6.288 km², a previsão para 2025 ainda é alarmante. A estimativa para este ano foi mais baixa do que a previsão inicial feita pela PrevisIA, que indicava um total de 8.959 km² sob ameaça, sendo 5.207 km² em risco muito alto, alto e moderado. O modelo da PrevisIA utiliza os dados do calendário de desmatamento do Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e considera o período de julho de 2023 a agosto de 2024 para suas projeções.

O Imazon alerta que, dado o aumento do desmatamento e das queimadas no final de 2024, a previsão de desmatamento para 2025 pode ser conservadora. Entre agosto e outubro deste ano, o bioma já perdeu 1.628 km² de florestas, o que representa 25% da estimativa total para o próximo ano. Isso reforça a necessidade urgente de intensificar as ações preventivas a partir de maio de 2025, quando o período de chuvas na Amazônia tende a diminuir, facilitando o desmatamento ilegal.

A ação preventiva, o uso de tecnologias como a PrevisIA e a articulação entre diferentes níveis de governo e a sociedade civil são fundamentais para reduzir os índices de desmatamento na Amazônia e proteger um dos maiores biomas do planeta. O Imazon faz um apelo para que o Brasil se engaje de maneira mais eficaz na proteção da floresta, especialmente considerando o impacto global das exposições climáticas e a crescente pressão internacional sobre as políticas ambientais do país.