A Heineken, maior cervejaria do Brasil, está dando um passo inédito na sua história ao lançar uma plataforma de negócios de impacto e transição energética, batizada de Spin. Com um investimento inicial de mais de R$ 150 milhões, a Spin reúne parcerias estratégicas com empresas como Ambipar, Raízen, Rizoma e Ultragaz, além da Central Única das Favelas (CUFA) e Better Drinks, na qual a Heineken agora possui participação minoritária.
O objetivo dessa nova iniciativa é alcançar as metas de descarbonização da cadeia produtiva até 2030. “Se fossemos só investir em tecnologia e as opções que existem no mercado para isso, a única certeza é de que quebraríamos a empresa”, afirmou Mauro Homem, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos da Heineken Brasil.
A Spin visa implementar novos modelos que ajudem na descarbonização da cadeia da Heineken, abrangendo desde a transição energética, agricultura regenerativa, circularidade de embalagens até marcas de impacto social. Esse movimento não segue o modelo de verticalização tradicional adotado por concorrentes, mas sim um modelo colaborativo.
Uma das parcerias destacadas é com a Rizoma, empresa de Pedro Paulo Diniz, onde a primeira fase do projeto será realizada em uma área de mais de 800 hectares em Itu, São Paulo. Lá, será produzido limão orgânico em sistema agroflorestal, o que também contribuirá para iniciativas de sequestro de carbono e melhorias hídricas na região.
Outro parceiro é a Ambipar, com quem a Heineken desenvolverá um sistema de logística reversa para embalagens de vidro. O contrato prevê a criação de nove centrais de reciclagem de vidro, adicionando R$ 400 milhões anuais ao faturamento da Ambipar. A Raízen e a Ultragaz continuarão fornecendo energia limpa para a Heineken e seus clientes comerciais, integrando-se à plataforma Spin.
Além das parcerias estratégicas, a Heineken está expandindo seu portfólio além da cerveja. A empresa se associou à Better Drinks, uma empresa certificada B, dona de sete marcas, incluindo a cerveja Praya e o energético natural Baer-Mate. “Estamos colocando pra dentro um portfólio de novas marcas, o que é muito mais rápido do que ter de fazer a inovação toda dentro de casa”, explicou Rafael Rizzi, responsável pela área de novos negócios da Heineken.
Embora não haja um aporte de capital na Better Drinks, a Heineken passa a ser sócia minoritária, oferecendo sua estrutura para melhorar condições de negociação para compra de matéria-prima, insumos, logística e também para ofertar os produtos aos seus parceiros comerciais. A Heineken vende atualmente para mais de 1 milhão de pontos comerciais no Brasil.
O contrato de sociedade inclui a implementação de métricas sustentáveis e financeiras, visando acelerar o faturamento em R$ 50 milhões ao ano. Além disso, a Heineken contará com o apoio da CUFA para identificar empreendedores sociais que possam ampliar o portfólio da empresa com marcas que tenham impacto social.
“Vemos o mercado, a concorrência e achamos que ninguém aprendeu a fazer tão bem esse mercado além cerveja. Não queremos repetir os mesmos erros do passado. O consumidor quer entender o que a marca entrega além do produto”, destacou Mauro Homem.
A criação da plataforma Spin e a parceria com a Better Drinks representam um marco na estratégia da Heineken, que busca não apenas crescer em termos de negócios, mas também liderar iniciativas de sustentabilidade e impacto social. A abordagem colaborativa e a integração de novas marcas ao portfólio são passos importantes para atender às demandas dos consumidores e alcançar as metas de descarbonização estabelecidas para a próxima década.
