Grécia Sob Alerta: Sismólogo Afirma que Maior Terremoto em Santorini Ainda Pode Estar por Vir

DA REDAÇÃO

Santorini, uma das ilhas mais icônicas da Grécia, e outras ilhas vizinhas têm enfrentado uma série de terremotos desde o início de fevereiro de 2025, gerando um clima de incerteza e medo entre moradores e turistas. A situação se agravou com a previsão de que o maior terremoto da sequência ainda pode estar por vir. Segundo o sismólogo Rémy Bossu, Secretário-Geral do Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo, os tremores atuais podem ser apenas um prelúdio para um choque maior.

O estado de emergência foi declarado em Santorini, após a ilha ter sido atingida por mais de 500 tremores. Embora a atividade sísmica na região seja comum, a intensidade e a duração dos abalos têm sido incomuns. O maior terremoto até o momento foi registrado no dia 5 de fevereiro, com uma magnitude de 5,2. Isso é considerado um tremor moderado, mas a sequência de tremores subsequentes tem gerado grande preocupação, especialmente com o aumento da magnitude e da frequência dos abalos.

Em uma entrevista à CNN, Bossu alertou que, embora os tremores menores, com magnitudes em torno de 3,0, sejam comuns, os aumentos na intensidade indicam uma possível preparação para um tremor maior, o que é típico de fenômenos conhecidos como “pré-choques”. “Esse comportamento não é típico”, afirmou o especialista. “Normalmente, após um grande terremoto, os tremores secundários diminuem, mas aqui estamos vendo um aumento de magnitude, o que aumenta a ansiedade na população.”

Com a constante ameaça de um tremor mais forte, milhares de turistas e moradores de Santorini já começaram a evacuar a ilha. O número de pessoas que fugiram da região já ultrapassou as 11.000, com muitos buscando refúgio no continente. “Vamos embora porque estou com medo. Os terremotos não param, e tenho filhos pequenos”, disse Beni Ouklala, um dos turistas que decidiu deixar a ilha. Outros, no entanto, mantêm a calma, como o capitão de um barco turístico, Eftichis Diamantopoulos, que, mesmo diante da incerteza, prefere não deixar a ilha, dizendo: “Se algo acontecer, acontece.”

O governo grego está trabalhando para minimizar os danos causados pela atividade sísmica. Autoridades organizaram voos e balsas adicionais para evacuar os habitantes e turistas, embora a operação tenha sido dificultada por condições climáticas adversas, como ventos fortes que impediram algumas balsas de partir. No entanto, com os serviços de transporte normalizados, as retiradas continuam em andamento.

Além das evacuações, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, visitou Santorini para inspecionar as medidas de emergência e garantir que o governo está preparado para lidar com a situação. Durante sua visita, ele declarou: “Queremos garantir aos moradores de Santorini e das ilhas vizinhas que o mecanismo estatal está do lado deles. Esperamos que esse fenômeno termine rapidamente e que a ilha retorne à sua normalidade.”

O Departamento de Planejamento e Proteção contra Terremotos da Grécia afirmou que a intensa atividade sísmica pode continuar por vários dias, se não semanas. A situação é de fato preocupante, já que Santorini, uma ilha que atrai milhões de turistas todos os anos, não está na alta temporada, mas ainda assim tem uma população fixa de aproximadamente 20.000 moradores. A cidade de Amorgos, que também foi afetada, viu sua população ser igualmente impactada, com tremores sentidos em toda a região.

Esse tipo de atividade sísmica não é algo novo para a Grécia, uma nação que já enfrentou sérios desastres naturais no passado. A última grande atividade sísmica foi registrada em 1956, quando um terremoto de magnitude 7,7 atingiu Santorini, seguido por outro de magnitude 7,2 em Amorgos. Esse evento causou a morte de 53 pessoas e deixou outras 100 feridas. O desastre também gerou um tsunami devastador de 25 metros de altura, causando danos substanciais na região.

A atual situação em Santorini e outras ilhas gregas leva a um sentimento de alerta, tanto para os habitantes locais quanto para os turistas. As autoridades gregas continuam trabalhando para garantir a segurança de todos os presentes, mas a pergunta que fica no ar é até quando a região continuará a ser afetada por esses tremores e se a ameaça de um terremoto maior se concretizará.

A população permanece em estado de alerta, aguardando a evolução do fenômeno sísmico, enquanto as autoridades continuam a monitorar a atividade e a preparar a ilha para qualquer eventualidade. Neste momento, a principal preocupação é garantir a segurança e a evacuação de todos aqueles que possam ser afetados por um possível evento maior nos próximos dias.