A pesquisa recente da YPulse para o site Axios traz insights reveladores sobre os hábitos de busca da Geração Z. Enquanto o Google costumava ser o ponto de partida para encontrar informações, especialmente para a faixa etária dos 18 aos 24 anos, agora observamos uma mudança significativa nesse comportamento.
De acordo com os dados, apenas 46% dos jovens adultos de 18 a 24 anos iniciam suas pesquisas no Google, em comparação com 58% dos indivíduos com idades entre 25 e 39 anos. Essa transformação é atribuída ao crescente papel das redes sociais como fonte primária de informações.
MaryLeigh Bliss, diretora de conteúdo da YPulse, observa que as redes sociais evoluíram de simples plataformas de interação social para verdadeiras rodovias de informações. Especificamente, o TikTok emergiu como uma alternativa viável ao Google, com 21% dos jovens optando por essa plataforma para suas pesquisas, enquanto apenas 5% preferem o YouTube.
Isabela Soller, CEO do grupo Soller e especialista em gerenciamento de criadores de conteúdo, destaca a conveniência de realizar pesquisas e entretenimento em uma única plataforma. O TikTok tem investido em recursos de busca semelhantes aos do Google, como a integração de trechos da Wikipédia, consolidando sua posição como um mecanismo de busca alternativo.
O TikTok surge como o sucessor natural em uma longa linha de redes sociais que moldaram o comportamento online ao longo das últimas décadas. Atualmente, mais de 1 bilhão de usuários recorrem ao TikTok como mecanismo de busca, uma tendência que está se expandindo para 2 em cada 5 norte-americanos.
Issaaf Karhawi, pesquisadora em comunicação digital da USP, explica esse fenômeno como um resultado do “aprisionamento” das plataformas, projetadas para manter os usuários engajados. O TikTok se destaca pela personalização de conteúdo e pela facilidade de descoberta, criando uma experiência de busca sob medida para cada usuário.
A preferência pela plataforma entre a Geração Z reflete uma mudança fundamental na forma como consumimos conteúdo e informação. Vídeos curtos e envolventes cativam a atenção dessa geração, otimizando o tempo de consumo e aumentando a lucratividade para as empresas por meio de publicidade direcionada.
No entanto, especialistas alertam para os efeitos colaterais desse novo paradigma. A visualização de conteúdo em movimento pode criar bolhas de informação e dificultar a concentração em conteúdo mais longo e complexo. A psicóloga e psicanalista Marina Abud ressalta a sensação de proximidade e intimidade gerada pela interação com vídeos, ao mesmo tempo em que destaca os desafios associados à falta de paciência e atenção.
O estudo destaca uma tendência marcante na evolução dos hábitos de busca online, com o TikTok emergindo como uma força disruptiva no cenário digital contemporâneo. A Geração Z lidera essa transformação, adotando novas formas de encontrar e consumir informações em um mundo cada vez mais interconectado e acelerado.
