Galípolo diz que economia apresenta resiliência surpreendente em meio a incertezas globais 

Galípolo vê economia 'resiliente' mesmo com alta taxa de juros | Jovem Pan
DA REDAÇÃO

Em uma declaração que ganhou força entre agentes do mercado financeiro, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (2) que a economia brasileira tem demonstrado uma “resiliência surpreendente” diante das adversidades e incertezas do cenário internacional. A fala ocorreu durante evento organizado pela BlackRock em São Paulo, e reflete o tom moderadamente otimista da autoridade monetária frente às últimas turbulências globais.

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Segundo Galípolo, mesmo com a volatilidade nos mercados internacionais, conflitos geopolíticos e incertezas quanto à trajetória dos juros americanos, o Brasil tem mantido níveis de atividade econômica e expectativas de inflação relativamente ancoradas. O diretor enfatizou que, embora o cenário global seja desafiador, os fundamentos econômicos do país continuam sólidos o suficiente para manter o crescimento, ainda que moderado.

Em sua fala, ele apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, embora pressionado por taxas de juros elevadas, segue apresentando um desempenho melhor do que o inicialmente previsto para o primeiro semestre de 2025. Indicadores como o desemprego em patamar historicamente baixo e a retomada do consumo interno têm contribuído para esse panorama de estabilidade relativa.

A percepção de resiliência econômica tem sido acompanhada com atenção pelo próprio Banco Central, especialmente em um momento de revisão da trajetória da taxa Selic. Galípolo destacou que as próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) continuarão sendo tomadas com “cautela e pragmatismo”, observando não apenas os dados domésticos, mas principalmente os impactos das incertezas internacionais nos fluxos de capitais e nas expectativas inflacionárias.

“Nosso compromisso é com a estabilidade. Embora a economia tenha surpreendido positivamente, não podemos descuidar dos riscos que seguem elevados no front externo”, reforçou o diretor. Ele citou o aperto monetário nos Estados Unidos, a desaceleração da China e os efeitos de conflitos armados em regiões estratégicas para o comércio global como fatores que podem impactar a economia brasileira de forma indireta.

Internamente, a inflação tem dado sinais mistos, com núcleos que permanecem em patamares desconfortáveis para o Banco Central. Galípolo ressaltou que a autoridade monetária segue monitorando com atenção a dinâmica dos preços, em especial no setor de serviços, e alertou que qualquer eventual desancoragem das expectativas inflacionárias exigirá uma resposta firme da política monetária.

A fala de Galípolo chega em um momento de maior atenção do mercado sobre sua figura, dada a especulação sobre uma possível sucessão no comando do Banco Central após o término do mandato de Roberto Campos Neto, previsto para o fim de 2025. Apesar de evitar comentar rumores, sua crescente visibilidade tem sido interpretada como um movimento estratégico.

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Fonte externa: Valor Econômico – Galípolo diz que economia apresenta resiliência surpreendente【link de saída】

As declarações do diretor reforçam a percepção de que o Banco Central brasileiro seguirá em sua postura vigilante, ponderando entre os sinais de recuperação interna e as turbulências externas. A análise de Galípolo indica que, embora os desafios persistam, o Brasil pode estar mais bem posicionado do que se imaginava para enfrentá-los — mas sem espaço para complacência.

Nos próximos encontros do Copom, será essencial observar se essa leitura mais otimista será suficiente para justificar novas quedas na taxa Selic ou se a autoridade monetária preferirá adotar uma postura mais conservadora até que o cenário internacional se estabilize. A economia brasileira, como afirma Galípolo, tem resistido bem. Mas o cenário global continua sendo um teste constante para essa resiliência.