Nuvens de fumaça das queimadas na Amazônia e Pantanal alcançam o Paraná

DA REDAÇÃO

Os habitantes do Paraná têm observado uma alteração preocupante no céu acima deles, com uma nuvem de fumaça acinzentada se tornando uma presença constante. Este fenômeno, segundo informações do Climatempo, é resultado de incêndios florestais que ocorrem tanto no Brasil — especificamente na Amazônia e no Pantanal — quanto em países vizinhos como Bolívia e Paraguai.

Os ventos predominantes do norte e noroeste têm sido um fator crucial na dispersão dessa fumaça para o sul do país, atravessando vastas distâncias e afetando diversas regiões brasileiras, incluindo o Paraná. A situação é exacerbada pela altitude das correntes de ar, que estão a aproximadamente 1,5 mil metros, e por mudanças recentes na circulação de ventos sobre a América do Sul.

Imagens de satélite capturadas recentemente revelam a extensão do fenômeno, com a fumaça espalhando-se por vários estados do Sul do Brasil. Essa visibilidade da fumaça tem sido fonte de preocupação para os paranaenses, impactando a qualidade do ar e reduzindo a visibilidade, o que pode ter consequências para a saúde pública e para a segurança nas estradas.

Dados do sistema BD Queimadas, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que o Brasil teve um registro alarmante de 59.034 focos de queimadas de 1º a 29 de agosto deste ano. O estado do Mato Grosso lidera com 12.029 focos, representando 20,4% do total nacional, seguido pelo Pará com 11.461 e Amazonas com 8.708 focos.

No Paraná, apesar de ter registrado menos focos de incêndio em comparação com os estados do norte — totalizando 872 —, ele é o estado do sul com o maior número de registros, superando tanto o Rio Grande do Sul com 660 quanto Santa Catarina com 628.

As autoridades estão monitorando a situação de perto e recomendam que a população tome medidas para minimizar a exposição à fumaça, como manter janelas fechadas e usar máscaras quando necessário. Além disso, há um esforço contínuo para combater os incêndios e prevenir novos focos, especialmente durante períodos de seca quando o risco é exacerbadamente alto.

Este evento serve como um lembrete da interconectividade dos sistemas ecológicos e dos efeitos transfronteiriços que desastres ambientais podem causar, reforçando a necessidade de esforços conjuntos no manejo de queimadas e políticas de conservação ambiental mais robustas. Enquanto o Paraná lida com as consequências diretas desses incêndios distantes, a discussão sobre práticas sustentáveis e ações preventivas contra incêndios florestais ganha uma nova urgência.