Senado dos EUA aprova projeto de lei para proteger crianças na internet

Mark Zuckerberg, em Washington: dono da Meta pede desculpas às vítimas e familiares afetados pelos perigos das redes sociais (AFP)
DA REDAÇÃO

O Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta terça-feira, 30 de julho de 2024, uma série de medidas significativas voltadas para a proteção de crianças na internet. Esta legislação é a primeira de grande relevância no setor tecnológico em anos, marcando um avanço importante na segurança digital para menores.

“É um dia excepcional. O Senado cumpriu a promessa feita a todos os pais que perderam um filho devido aos perigos das redes sociais”, declarou Chuck Schumer, líder do Partido Democrata no Senado. O projeto de lei agora segue para a Câmara dos Representantes, onde sua validação é mais incerta, especialmente devido ao recesso parlamentar até setembro.

O texto, que recebeu apoio tanto de senadores republicanos quanto democratas, exige que as plataformas online estabeleçam diretrizes específicas para proteger menores de conteúdos problemáticos e perigosos, como exploração sexual, assédio online, promoção do suicídio e transtornos alimentares. A legislação também limita a capacidade de usuários se comunicarem diretamente com crianças via mensagens e impõe maiores controles parentais nas redes sociais.

Além disso, a proposta reforça as normas de privacidade para menores e proíbe a publicidade online direcionada a esse público. Grandes empresas tecnológicas, como Microsoft, X e Snap, manifestaram apoio à legislação. No entanto, a Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, e o TikTok não demonstraram apoio explícito à medida.

Enquanto a legislação é vista como um passo necessário para a segurança online de crianças, enfrenta oposição de algumas associações que defendem os direitos das minorias, especialmente da comunidade LGBTQIA+, e da liberdade de expressão. Essas organizações temem que as novas leis possam reforçar o isolamento de alguns adolescentes e limitar sua capacidade de expressão.

A discussão sobre a segurança online de crianças tem sido um tema recorrente nos Estados Unidos, especialmente com o aumento do uso de redes sociais e plataformas digitais. Casos de exploração e assédio online ganharam destaque, levando a uma crescente pressão pública para que medidas sejam tomadas.

Nos últimos anos, pais e defensores dos direitos das crianças têm exigido ações mais firmes contra os perigos das redes sociais. A legislação aprovada pelo Senado é uma resposta a essas demandas, buscando equilibrar a liberdade digital com a proteção necessária para os mais jovens.

A aprovação no Senado é apenas o primeiro passo. A Câmara dos Representantes precisará revisar e votar a medida. Com o recesso parlamentar, a votação só deve ocorrer em setembro, prolongando a espera pela implementação das novas regras.

A legislação também coloca em pauta a responsabilidade das empresas de tecnologia em garantir um ambiente seguro para seus usuários mais jovens. Gigantes como Microsoft e Snap mostraram-se proativos, enquanto outras plataformas ainda precisam alinhar-se às novas exigências.

Para muitos pais, a aprovação desta lei representa um alívio e um avanço na luta contra os perigos digitais. A implementação de diretrizes claras e controles parentais mais rígidos promete fornecer uma camada adicional de segurança para crianças que navegam na internet.

A medida também pode servir como um modelo para outros países que enfrentam desafios semelhantes com a segurança online de menores. A colaboração entre governos e empresas de tecnologia será crucial para o sucesso e a efetividade das novas regras.

O próximo passo é crucial. A expectativa é que a Câmara dos Representantes compreenda a importância da legislação e a aprove rapidamente. A comunidade internacional também observa de perto os desdobramentos, considerando a possibilidade de adotar medidas semelhantes em suas próprias jurisdições.

Em resumo, a aprovação no Senado dos Estados Unidos de medidas para proteger crianças na internet é um marco importante na legislação tecnológica. A proposta de lei visa estabelecer diretrizes claras para plataformas digitais, reforçar a privacidade de menores e proibir publicidade direcionada, apesar das preocupações de algumas associações sobre o impacto potencial nas minorias e na liberdade de expressão. A próxima etapa é a aprovação pela Câmara dos Representantes, que será decisiva para a implementação dessas proteções tão necessárias.