No mundo atual, onde a velocidade da informação e a conectividade são essenciais, a estratégia digital se tornou um pilar fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento. A digitalização não é apenas uma tendência; é uma necessidade que permite às empresas expandirem suas possibilidades além das limitações físicas e analógicas. Para os empreendedores, isso significa transformar seus negócios e romper fronteiras que antes eram intransponíveis.
A digitalização do dinheiro é um exemplo claro dessa transformação. Com a criação do Pix pelo Banco Central do Brasil em 2020, o país experimentou uma revolução nas transações financeiras. Em 2023, foram realizadas 42 bilhões de transações via Pix, um aumento de 75% em relação ao ano anterior. Essa facilidade e rapidez nas transações demonstram como o digital pode agilizar processos que antes eram burocráticos e lentos.
Outro avanço significativo é a introdução do Drex, a versão digital do real, que será regulada pelo Banco Central. Com o Drex, as transações financeiras poderão ser realizadas de forma segura por meio de ativos digitais “tokenizados” e contratos inteligentes. Isso significa que as empresas poderão realizar transações complexas de maneira mais eficiente e com maior segurança, o que é crucial em um mundo onde as ameaças cibernéticas estão em constante evolução.
A digitalização do dinheiro não é uma exclusividade do Brasil. Países como Nigéria, Bahamas e Jamaica já têm em operação suas próprias Moedas Digitais do Banco Central, conhecidas como Central Bank Digital Currency (CBDC). A China também está avançando nessa direção, reforçando a ideia de que o digital é um movimento global, que está remodelando a economia mundial.
Para os empreendedores, a adoção de uma estratégia digital não se limita ao aspecto financeiro. O digital permite que empresas rompam as fronteiras físicas e expandam suas operações para além de suas regiões de origem. Isso é especialmente relevante para negócios que operam em mercados restritos ou enfrentam barreiras regulatórias em seus países. A partir do momento em que uma empresa adota uma estratégia cross border, ela não está mais restrita às leis e sanções de um único país. Isso abre um leque de oportunidades em mercados globais, permitindo que a empresa cresça de maneira exponencial.
A pandemia de Covid-19 acelerou essa transição para o digital, impulsionando o nomadismo digital. Estima-se que existam atualmente 35 milhões de nômades digitais em todo o mundo, e esse número pode chegar a 1 bilhão até 2035. O nomadismo digital exemplifica como o digital pode libertar as pessoas das limitações geográficas, permitindo que trabalhem de qualquer lugar do mundo. Mas essa liberdade não se aplica apenas a indivíduos; as empresas também podem se beneficiar dessa flexibilidade.
Em um evento do YPO em Miami, um exemplo interessante desse fenômeno foi compartilhado. Um empreendedor venezuelano questionou por que empresas brasileiras não contratavam profissionais de tecnologia de seu país. A resposta foi simples: graças ao Starlink, a internet banda larga da SpaceX, os profissionais venezuelanos podem trabalhar remotamente de qualquer lugar, e os pagamentos podem ser feitos em bancos internacionais, como os do Panamá. Esse exemplo ilustra como a digitalização está criando novas oportunidades de negócios e rompendo barreiras que antes pareciam intransponíveis.
Além das oportunidades, a estratégia digital também oferece resiliência. Empresas que adotam o digital têm maior capacidade de se adaptar a crises, como vimos durante a pandemia. A capacidade de operar remotamente, de acessar mercados globais e de utilizar tecnologias avançadas permite que as empresas mantenham suas operações, mesmo em tempos de incerteza.
No entanto, adotar uma estratégia digital não é simplesmente uma questão de implementar novas tecnologias. É preciso ter uma mentalidade digital, onde a inovação e a adaptação contínua são parte integrante da cultura empresarial. Isso significa investir em capacitação, adotar novas ferramentas e estar disposto a experimentar e iterar.
A estratégia digital também envolve entender e atender às necessidades dos consumidores modernos. O consumidor digital espera conveniência, rapidez e personalização. As empresas que conseguem oferecer uma experiência digital superior têm uma vantagem competitiva significativa. Isso inclui desde a facilidade de pagamento, com opções como o Pix e o Drex, até a personalização de ofertas e a comunicação direta com os clientes por meio de plataformas digitais.
Além disso, a análise de dados se tornou uma ferramenta essencial para os empreendedores que desejam entender melhor seus clientes e otimizar suas operações. As empresas que utilizam dados para tomar decisões informadas estão melhor posicionadas para antecipar tendências, responder a mudanças no mercado e oferecer produtos e serviços que realmente atendam às demandas dos consumidores.
Por fim, a segurança cibernética é um aspecto crítico da estratégia digital. Com o aumento das transações digitais e a dependência de sistemas online, as empresas precisam garantir que suas operações sejam seguras. Isso inclui proteger os dados dos clientes, garantir a integridade das transações e estar preparado para responder rapidamente a incidentes de segurança.
Em resumo, a digitalização não é apenas uma opção; é uma necessidade estratégica para os empreendedores que desejam crescer e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. O digital permite que as empresas rompam fronteiras, acessem novos mercados, ofereçam melhores experiências aos clientes e se adaptem rapidamente às mudanças. Aqueles que abraçam essa transformação têm a oportunidade de liderar em um mundo onde a inovação é a chave para o sucesso.
