Debate acirrado entre Biden e Trump marca início das eleições de 2024 nos EUA

DA REDAÇÃO

Em uma troca de ataques pessoais e em tom agressivo, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump participaram na última quinta-feira (27) do primeiro debate presidencial das eleições de 2024. Esse evento histórico marcou a primeira vez que um presidente em exercício e um ex-presidente se enfrentaram diretamente em um debate eleitoral nos Estados Unidos.

Durante cerca de 1h40, os dois candidatos se dedicaram a criticar as gestões alheias, com foco em temas sensíveis como imigração, guerra e economia. Trump, adotando uma postura mais assertiva, acusou Biden de ser o pior presidente da história, mencionou a condenação do filho de Biden, Hunter Biden, por mentir sobre uso de drogas em um formulário ao comprar armas, destacou o aumento no número de imigrantes e criticou o prolongamento das guerras na Ucrânia e em Israel. Trump afirmou que, se fosse presidente, a guerra na Ucrânia nem sequer teria começado. Ele também evitou dar uma resposta clara sobre se aceitará o resultado das eleições.

Biden, por sua vez, tentou explorar pontos fracos de Trump, como sua condenação, mas teve dificuldade em refutar as informações falsas apresentadas pelo rival. O presidente, que segundo fontes estava resfriado, acabou sendo considerado o perdedor do debate por analistas e pela imprensa local. Em um momento de tensão, Biden chamou Trump de “otário” e “perdedor”, mencionando que Trump havia insultado veteranos de guerra. Ele também acusou Trump de ter relações com a ex-atriz pornô Stormy Daniels enquanto sua esposa estava grávida, ao que Trump exigiu um pedido de desculpas.

O debate iniciou-se com a economia, um tema delicado para Biden. Questionado sobre a inflação, Biden culpou a pandemia e acusou Trump de criar “caos” econômico. Trump respondeu acusando Biden de favorecer imigrantes ilegais e permitir que “terroristas” vivessem em hotéis de luxo em Nova York. Biden reafirmou sua promessa de reinstaurar a lei Roe contra Wade, que garantia o direito nacional ao aborto nos EUA, mas Trump assegurou que não proibiria o acesso às pílulas abortivas.

Sobre o resultado das eleições, Trump foi evasivo, afirmando que aceitaria o resultado se fosse justo e legal. Biden expressou dúvidas sobre a aceitação de Trump do resultado, acusando-o de ser um “reclamão”. A idade dos candidatos também foi discutida, com Biden, de 81 anos, e Trump, de 78 anos, trocando farpas sobre suas capacidades físicas e mentais.

A guerra em Israel foi outro ponto de conflito, com Trump acusando Biden de não ter pulso firme e prometendo terminar a guerra na Ucrânia antes mesmo de tomar posse, se eleito. A organização do debate estabeleceu regras rígidas, incluindo microfones desligados enquanto o adversário falava, sem acessórios permitidos e sem público ou jornalistas presentes no auditório. Os candidatos também não puderam ter contato com assessores durante os intervalos comerciais.

Este debate acirrado reeditou os históricos enfrentamentos de 2020, quando Biden e Trump também concorreram à presidência. Naquela ocasião, os debates foram marcados por longos bate-bocas e interrupções. Desta vez, a organização tentou evitar essas interrupções, mas o tom agressivo persistiu.

As eleições para presidente dos Estados Unidos ocorrerão em 5 de novembro. Joe Biden busca a reeleição, enquanto Donald Trump tenta voltar à Casa Branca. As pesquisas de opinião mais recentes mostram uma ligeira vantagem para Trump. O resultado desse debate pode influenciar significativamente o desenrolar da campanha eleitoral nos próximos meses.