Dólar fecha a R$ 5,94, com mercado de olho em ameaças tarifárias de Trump; Bolsa é estável

DA REDAÇÃO

O dólar comercial fechou em forte queda de 1,40%, a R$ 5,94, no menor valor desde novembro de 2024, um movimento que gerou ruptura nos mercados emergentes, como o brasileiro. A desvalorização da moeda americana aconteceu em meio às internas envolvidas nas tarifas prometidas por Donald Trump, que, até o momento, não se concretizaram de forma mais drástica do que o esperado.

O dólar perdeu ímpeto após investidores perceberem que as ameaças tarifárias de Trump não eram tão rigorosas quanto inicialmente anunciadas. Durante sua posse, o presidente americano informou o aumento de tarifas sobre a China e outros países, mas a expectativa era de um impacto imediato, o que não aconteceu. Embora tenha prometido uma revisão comercial, Trump não sancionou nenhuma sobretaxação até agora, o que gerou um rompimento no mercado financeiro, especialmente nos países emergentes.

O movimento de perda de força do dólar também se refletiu nas Bolsas Americanas, que fecharam em alta. O índice Dow Jones subiu 0,30%, o S&P 500 avançou 0,61%, e o Nasdaq valorizou 1,28%, com destaque para o setor de tecnologia, que tem sido uma das grandes apostas de Trump para o futuro econômico dos Estados Unidos.

No Brasil, o Ibovespa recuperou 0,30%, pressionado pela desvalorização das ações da Vale e da Petrobras. As mineradoras e petroleiras enfrentaram dificuldades com a queda do preço do minério de ferro na Bolsa Chinesa de Dalian e com a diminuição do valor do petróleo Brent, o que impactou diretamente as ações dessas empresas.

Apesar das quedas nas ações da Vale e da Petrobras, a Azul se destacou como principal alta do dia, com valorização de 6,98%. A empresa aérea reagiu positivamente ao anúncio de reperfilamento de seu endividamento, o que trouxe uma perspectiva favorável para seus papéis.

Em relação aos juros futuros, o mercado também confirmou uma leve queda ao longo da curva, com a taxa de DI para janeiro de 2026 recuando 14,92%. A expectativa é que a agenda doméstica vazia nos próximos dias permita uma acomodação nas taxas de juros, enquanto o foco se mantém no cenário internacional e nas políticas de Trump.

A decisão de Trump de adiar a implementação das tarifas mais rígidas sobre países como a China gerou otimismo nos mercados, mas os analistas alertaram que, apesar disso, as incertezas ainda são grandes. O cenário global continua incerto, e a ocorrência dos mercados depende dos desdobramentos das promessas de Trump.