Tensões e acusações dominam debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo

DA REDAÇÃO

No último debate promovido pela TV Gazeta em parceria com o portal My News, os candidatos à prefeitura de São Paulo intensificaram os ataques contra o influenciador Pablo Marçal (PRTB), marcando o evento com acusações e confrontos diretos. Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito; Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal; Tabata Amaral (PSB), deputada federal; e José Luiz Datena (PSDB), jornalista e apresentador, voltaram suas críticas a Marçal, que tem mostrado crescimento nas pesquisas.

O debate foi realizado sob regras estritas que excluíram a presença de jornalistas no estúdio, decisão que gerou controvérsias entre os presentes e limitou a cobertura mediática direta do evento. Os candidatos não perderam tempo e utilizaram o espaço para intensificar suas campanhas eleitorais, frequentemente recorrendo a ataques pessoais em vez de discutir propostas concretas para a administração da cidade.

Desde o início, Marçal foi o principal alvo dos outros candidatos. Boulos e Marçal tiveram um embate acalorado logo na primeira pergunta, onde Marçal insinuou que Boulos usava drogas ilícitas. Boulos retrucou chamando Marçal de “bandido condenado”, acusando-o de utilizar um processo contra outra pessoa homônima para difamá-lo.

A acusação de Ricardo Nunes sobre a participação de Marçal em fraudes bancárias também aqueceu o debate. Nunes utilizou uma reportagem como evidência de que Marçal teria liderado um esquema que enviava e-mails fraudulentos para roubar dados bancários. Marçal, por sua vez, chamou Nunes de “bananinha” e mencionou investigações contra o prefeito relacionadas à “máfia das creches”, ameaçando-o com prisão caso não fosse reeleito.

Tabata Amaral focou nas falhas da gestão atual em educação, questionando Nunes sobre a baixa alfabetização entre os alunos de São Paulo, enquanto Nunes defendeu sua gestão, destacando sua atuação na eliminação da fila de espera por creches.

No segmento de perguntas de jornalistas, Marçal desviou das questões sobre suas propostas para atacar o jornalista responsável pela pergunta e seus adversários políticos, mostrando pouca disposição para discutir seu plano de governo. Por outro lado, Boulos e Nunes debateram sobre a privatização da Sabesp e concessões, com Nunes defendendo a desestatização como forma de garantir saneamento universal até 2029.

Tabata abordou a segurança pública e a situação da Cracolândia, enfatizando a necessidade de uma ação coordenada com o governo estadual e criticando Marçal por suas supostas ligações com o crime organizado, questionando a capacidade dele de lidar com esses desafios.

O debate deixou claro que a corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo está acirrada, com candidatos utilizando cada oportunidade para solidificar suas posições e atrair eleitores em meio a um ambiente político cada vez mais polarizado.