
O ciclone Chido causou uma tragédia devastadora no norte de Moçambique, deixando até o momento 45 mortos e 503 feridos, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres de Moçambique (INGD). A situação permanece crítica, com os danos ainda sendo avaliados, o que indica que o número de vítimas pode aumentar à medida que mais áreas sejam acessadas. Há também a preocupação de que ainda haja pessoas sob escombros, já que muitas infraestruturas foram destruídas pelo ciclone.
O ciclone Chido, que atingiu Moçambique no domingo, trouxe ventos de até 120 quilômetros por hora, afetando principalmente as províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa. A região mais afetada foi Cabo Delgado, onde o distrito de Mecúfi sofreu danos extremos. As infraestruturas locais, tanto públicas quanto privadas, foram severamente comprometidas, com telhados inteiros sendo arrancados e muitas paredes danificadas. A presidente do INGD, Luísa Meque, destacou que a reconstrução dessas infraestruturas será um grande desafio, e lamentou que os números das vítimas possam continuar a subir à medida que as equipes de resgate avançam em suas operações.
No distrito de Mecúfi, 37 das 45 mortes confirmadas ocorreram. O cenário é de grande destruição, com vastas áreas da infraestrutura local completamente danificadas. Além disso, outras cinco mortes foram registradas na província de Nampula, e três em Niassa. A magnitude dos danos torna difícil uma avaliação imediata de todos os estragos causados, o que preocupa tanto as autoridades locais quanto as organizações internacionais.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou que o saldo da tragédia pode continuar a aumentar à medida que as avaliações da área atingida prosseguem. O impacto do ciclone não se limitou a Moçambique; o fenômeno também afetou o país vizinho, o Malaui, onde o ciclone Chido causou ao menos duas mortes e afetou mais de 8 mil pessoas. A situação no Malaui também é grave, e as autoridades locais estão trabalhando para fornecer assistência às vítimas.
Além disso, o ciclone Chido passou pelas Ilhas Mayotte, no Oceano Índico, onde deixou ao menos 21 mortos e 45 feridos, conforme os dados mais recentes. No entanto, as autoridades francesas advertiram que o número de vítimas pode ser muito maior, podendo chegar a “várias centenas”. As Ilhas Mayotte enfrentaram destruição em grande escala, e a recuperação deve ser um processo demorado e complexo.
A força do ciclone está sendo sentida em várias partes da África Austral. O OCHA alertou que outros países, como Zâmbia, Angola e Botsuana, também podem ser impactados pelas chuvas fortes que devem continuar nos próximos dias. O fenômeno, que já causou devastação em várias regiões, continua a se mover, e sua trajetória poderá afetar ainda mais a população de países vizinhos, complicando os esforços de ajuda humanitária.
As autoridades de Moçambique, juntamente com organizações internacionais, estão intensificando os esforços para atender às vítimas e começar a reconstrução das áreas devastadas. No entanto, a magnitude do desastre coloca em risco o processo de recuperação, e a situação continua a exigir uma resposta rápida e coordenada das autoridades locais e da comunidade internacional. A tragédia evidência a vulnerabilidade das regiões da África a desastres naturais e destaca a necessidade de investimentos em infraestrutura e preparação para tais eventos.