Brasil ultrapassa mil casos de Mpox em 2024, Sudeste concentra mais de 80% das infecções

DA REDAÇÃO

O Brasil atingiu a marca de 1.015 casos confirmados ou prováveis de mpox em 2024, de acordo com o relatório semanal do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (10). A doença, que é causada pelo vírus mpox e se caracteriza por lesões na pele, tem impactado predominantemente homens entre 18 e 39 anos, que representam mais de 70% dos casos registrados no país.

A mpox, antes conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral que vem ganhando atenção mundial desde o surto de 2022. No Brasil, o número de infecções tem aumentado, e o Sudeste se destaca como a região mais afetada, com 821 casos, ou 80,9% do total registrado. São Paulo, com 533 infecções, lidera as estatísticas, seguido pelo Rio de Janeiro, com 224 casos.

Crescimento em relação a 2023

A alta no número de casos em 2024 já supera o total registrado em 2023, quando o país contabilizou 853 infecções. Nas últimas semanas, 70 novos casos foram confirmados, consolidando a tendência de aumento. O boletim mais recente também revela que a maioria dos infectados são homens, e embora tenham sido registrados casos em crianças de 0 a 4 anos, não houve notificações de infecções em gestantes.

Impacto nas hospitalizações

Entre os 1.015 casos confirmados ou prováveis, 71 pessoas precisaram ser hospitalizadas, representando 7% do total. Desses, cinco pacientes (0,5%) necessitaram de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Outros 36 pacientes (3,9%) foram hospitalizados para manejo clínico, enquanto oito foram internados para isolamento. A causa de hospitalização de 27 pacientes não foi especificada pelo Ministério da Saúde.

Apesar do aumento de casos e hospitalizações, o Brasil não registrou óbitos por mpox em 2024. As autoridades de saúde continuam monitorando a doença e promovendo ações de conscientização sobre prevenção e tratamento.

Distribuição dos casos por região e cidades

A maior parte dos casos está concentrada na região Sudeste. Além de São Paulo e Rio de Janeiro, Minas Gerais registrou 56 casos, enquanto a Bahia, na região Nordeste, teve 40 infecções confirmadas ou prováveis. Outras regiões também registraram infecções, embora em menor número.

Nas cidades, São Paulo continua sendo a metrópole mais afetada, com 370 casos, seguida pelo Rio de Janeiro, com 167, e Belo Horizonte, que registrou 43 infecções. Salvador, a capital baiana, aparece com 28 casos, enquanto Brasília contabilizou 23.

Sintomas e transmissão da mpox

A mpox é causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus e da família Poxviridae. A transmissão ocorre por meio de contato próximo com uma pessoa infectada ou através de objetos contaminados, como roupas e lençóis. A doença se manifesta com sintomas como lesões na pele, febre, dor no corpo, calafrios e fraqueza.

As lesões, que podem ser planas ou elevadas, frequentemente aparecem no rosto, nas mãos e nos pés, mas também podem se manifestar em outras partes do corpo, como boca, olhos e órgãos genitais. Essas lesões evoluem ao longo do tempo, se enchem de líquido e, eventualmente, formam crostas que secam e caem.

Segundo o Ministério da Saúde, o período de incubação da doença varia de três a 16 dias após o contato com o vírus, podendo chegar a 21 dias. A OMS também alerta que a mpox tem alto risco de causar pandemias se não for controlada, devido à sua alta transmissibilidade em determinadas circunstâncias.

Ações de prevenção e controle

Diante do aumento de casos, as autoridades de saúde brasileiras estão reforçando campanhas de conscientização e prevenção, destacando a importância do diagnóstico precoce e do isolamento de casos suspeitos para evitar a propagação da doença. Além disso, há um esforço contínuo para garantir a disponibilidade de testes e tratamentos adequados para aqueles que contraírem o vírus.

O Ministério da Saúde também recomenda que a população evite o compartilhamento de objetos pessoais e mantenha boa higiene, lavando as mãos frequentemente e utilizando álcool em gel. Além disso, é essencial buscar atendimento médico em caso de aparecimento de sintomas característicos da doença.

O avanço da mpox no mundo

A mpox não é uma doença nova, mas os surtos recentes colocaram o vírus novamente em destaque no cenário global. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem monitorado de perto o avanço da mpox, que já atingiu diversos países. Embora a maioria dos casos esteja concentrada em regiões específicas, como a África, onde o vírus é endêmico, a disseminação internacional preocupa as autoridades de saúde.

No Brasil, o aumento de casos em 2024 segue uma tendência observada em várias partes do mundo, com surtos surgindo em diferentes continentes. A vigilância e o controle da doença são prioridades para evitar que a mpox se torne um problema de saúde pública de maior escala.

Expectativas e próximos passos

O Ministério da Saúde continua monitorando de perto o avanço da mpox no Brasil e espera que as medidas preventivas implementadas ajudem a conter o aumento de casos. Além disso, a cooperação com instituições de pesquisa e organismos internacionais visa garantir que o país esteja preparado para lidar com possíveis novos surtos da doença.

Com a região Sudeste concentrando a maioria dos casos, as ações de prevenção e combate à doença estão especialmente focadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas o alerta está sendo emitido para todas as regiões, com o objetivo de garantir que a população tenha acesso a informações claras e eficazes sobre a mpox.