Brasil adota dose única contra HPV: avanço na prevenção do câncer de colo de útero

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A partir de uma medida anunciada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil passa a adotar um esquema de vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) em dose única. Essa decisão representa um marco significativo na estratégia de prevenção do câncer de colo de útero, uma vez que a infecção por HPV é a principal causa dessa doença.

Anteriormente, o país utilizava um esquema de duas doses para combater o HPV. No entanto, com a adoção da dose única, espera-se simplificar o processo de vacinação e aumentar a adesão da população, proporcionando uma proteção duradoura contra os subtipos do vírus responsáveis pelo câncer cervical.

A ministra Nísia Trindade enfatizou a importância dessa nova estratégia, destacando que uma única vacinação é capaz de proteger ao longo da vida contra diversos tipos de doenças e cânceres associados ao HPV, como o câncer de colo de útero. O apelo foi direcionado especialmente aos jovens, com o intuito de evitar que corram riscos no futuro.

Além da mudança no esquema de vacinação, a ministra também convocou os estados e municípios a realizarem uma busca ativa por jovens de até 19 anos que ainda não foram vacinados. A iniciativa visa aumentar a cobertura vacinal e proteger um maior número de pessoas contra os riscos do HPV e suas consequências para a saúde.

A decisão de adotar a dose única foi embasada em estudos científicos e segue recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com essa mudança, o Brasil se alinha a padrões internacionais de prevenção e controle do HPV, fortalecendo suas políticas de saúde pública e ampliando o acesso a medidas preventivas.

Atualmente, a vacinação contra o HPV é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, vítimas de abuso sexual entre 15 e 45 anos, pessoas vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea, e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos. Essa ampliação do público-alvo reflete o compromisso em proteger grupos vulneráveis e reduzir as desigualdades em saúde.

Além da vacinação, outra medida importante anunciada recentemente foi a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de um teste molecular para detecção do HPV em mulheres. Essa tecnologia inovadora permite o rastreamento do vírus e do câncer de colo de útero de forma mais precisa e eficiente, contribuindo para um diagnóstico precoce e um tratamento adequado.

O HPV é reconhecido como a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo e o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo de útero. Estima-se que milhares de mulheres sejam diagnosticadas com essa doença anualmente no Brasil, destacando a importância de medidas preventivas e de conscientização sobre a importância da vacinação e do acompanhamento médico regular.

Portanto, a adoção da dose única contra o HPV representa um avanço significativo na saúde pública brasileira, com o potencial de reduzir a incidência de câncer de colo de útero e salvar vidas. Essa medida reflete o compromisso do país em promover a saúde e o bem-estar de sua população, investindo em estratégias de prevenção e controle de doenças.