Banco Mundial atinge recorde de financiamento de R$ 230,8 bilhões para combate à mudança climática

Futuro: presidente do Banco Mundial, Ajay Banga admite que “há mais a fazer” (AFP Photo)
DA REDAÇÃO

O Banco Mundial anunciou um marco histórico em sua trajetória de enfrentamento à mudança climática ao alcançar, em 2024, um financiamento recorde de R$ 230,8 bilhões (US$ 42,6 bilhões). O valor representa um aumento de 10% em relação ao ano anterior e reforça o compromisso da organização multilateral de fortalecer suas ações climáticas sob a nova presidência de Ajay Banga, que assumiu o cargo em 2023.

Esse montante expressivo foi utilizado em uma variedade de iniciativas que visam a redução da pobreza, promoção de energias mais limpas, construção de comunidades mais resilientes e fortalecimento de economias que já enfrentam os desafios das mudanças climáticas. Cerca de 44% do financiamento total do Banco Mundial em 2024, que atingiu R$ 525 bilhões, teve algum componente climático, englobando uma ampla gama de projetos e estratégias voltadas para a sustentabilidade.

Aumento no compromisso climático

A meta de ampliar o financiamento climático foi uma das prioridades de Ajay Banga, que assumiu a presidência do Banco Mundial com a promessa de reformar a instituição. Em dezembro de 2023, o Banco Mundial já havia anunciado um compromisso claro: aumentar a proporção do financiamento destinado à adaptação à mudança climática de 35% para 45% até o ano fiscal de 2025, que começou em julho deste ano.

O esforço tem como objetivo principal auxiliar países e comunidades a se adaptarem aos efeitos adversos do aquecimento global, como secas prolongadas, aumento do nível do mar e fenômenos climáticos extremos, além de promover uma transição para energias mais limpas.

O valor recorde de R$ 230,8 bilhões, alcançado no ano fiscal de 2024, reflete a determinação da instituição em fortalecer essas políticas e atender às necessidades urgentes dos países em desenvolvimento, que sofrem desproporcionalmente com os impactos climáticos.

Foco em energias renováveis e resiliência econômica

Grande parte do financiamento destinado à mudança climática em 2024 foi utilizado para apoiar projetos de energia limpa, que são considerados essenciais para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e limitar as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o Banco Mundial investiu significativamente em iniciativas que visam aumentar a resiliência das comunidades mais vulneráveis, especialmente aquelas que vivem em áreas suscetíveis a desastres naturais, como secas, enchentes e incêndios florestais.

O apoio a economias mais fortes e resilientes também foi um ponto-chave no direcionamento dos fundos. A instituição buscou promover o crescimento econômico de maneira sustentável, garantindo que as nações possam se adaptar às novas realidades climáticas e reduzir a pobreza de forma eficaz.

“Este financiamento ajudou a apoiar os esforços para acabar com a pobreza, promover energias mais limpas, construir comunidades mais resilientes e fortalecer economias. No entanto, ainda há mais a fazer”, destacou o Banco Mundial em comunicado oficial, reforçando a necessidade de continuar avançando nas ações climáticas globais.

Financiamento diversificado

O valor total de R$ 525 bilhões, destinado a diversas iniciativas em 2024, inclui uma combinação de empréstimos, subsídios e garantias financeiras, conforme informou um funcionário do Banco Mundial. Esses instrumentos foram essenciais para garantir a viabilidade de projetos que envolvem desde grandes obras de infraestrutura sustentável até pequenas iniciativas comunitárias de adaptação climática.

Esses fundos foram distribuídos entre diferentes setores, como agricultura sustentável, gestão de recursos hídricos, transição energética e desenvolvimento urbano resiliente. O Banco Mundial tem trabalhado em estreita colaboração com governos locais, empresas privadas e organizações da sociedade civil para garantir que os recursos cheguem onde são mais necessários.

Desafios climáticos e o futuro

Apesar do avanço significativo, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, reconheceu que o caminho para enfrentar os desafios das mudanças climáticas ainda é longo. “Há mais a fazer”, admitiu Banga, referindo-se à urgência de intensificar a aquisição de novos recursos e expandir o apoio a países que estão na linha de frente da crise climática.

O impacto das mudanças climáticas tem sido devastador, especialmente para países em desenvolvimento que possuem economias mais vulneráveis. A combinação de eventos climáticos extremos, como incêndios, secas e inundações, já afetou milhões de pessoas em todo o mundo e colocou em risco o crescimento econômico sustentável em diversas regiões.

A resposta do Banco Mundial, no entanto, tem sido vista como um exemplo de liderança global na luta contra a mudança climática. Com o compromisso de aumentar ainda mais o financiamento para adaptação e mitigação, a instituição permanece focada em garantir que o crescimento econômico global seja compatível com as metas ambientais de longo prazo.

O papel crucial do Banco Mundial

Fundado há 80 anos, o Banco Mundial tem desempenhado um papel vital na promoção do desenvolvimento econômico global, e o combate à mudança climática tornou-se uma das suas prioridades centrais nos últimos anos. A organização tem se destacado por seu financiamento robusto a iniciativas climáticas, especialmente em áreas como energia renovável, eficiência energética e desenvolvimento de infraestrutura sustentável.

Com os desafios climáticos se intensificando a cada ano, o papel do Banco Mundial se tornou ainda mais relevante. O financiamento recorde de 2024 é uma prova de que a instituição está comprometida em enfrentar de maneira proativa os efeitos devastadores das mudanças climáticas e apoiar as nações em seus esforços de adaptação e mitigação.

Ao avançar com sua agenda climática, o Banco Mundial continuará a ser uma força global na promoção de soluções sustentáveis e na construção de um futuro mais resiliente para todos.