Secretário de Estado de Trump congela ajuda externa dos EUA, exceto para Israel e Egito

DA REDAÇÃO

Em uma medida que reflete a agenda de seu novo governo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira, 24 de janeiro de 2025, o congelamento de praticamente toda a ajuda externa dos EUA. A decisão, formalizada por meio de um memorando interno, afetará a maioria dos países que recebem apoio financeiro dos Estados Unidos, com exceção de Israel e Egito, que continuam a ser priorizados pelo governo Trump. A ordem de Rubio implica que novos fundos não serão alocados até que todas as concessões existentes sejam revistas e aprovadas de acordo com a nova orientação política do presidente Donald Trump.

O congelamento da ajuda externa reflete a postura do governo de Trump, que busca redefinir sua política externa, com ênfase no controle sobre os gastos do governo e no alinhamento das políticas internacionais com os interesses econômicos e estratégicos dos Estados Unidos. Essa ação acontece em um momento crítico, onde Trump busca reforçar sua imagem de líder nacionalista, que coloca os interesses americanos à frente de compromissos multilaterais.

A medida de Marco Rubio não é uma surpresa, dado o histórico de declarações e ações de Trump durante sua campanha e, agora, em seu segundo mandato. Em suas falas, o presidente sempre foi claro ao afirmar que pretende reduzir a dependência dos EUA em relação a acordos internacionais que, em sua visão, não resultam em benefícios diretos para o país. Isso inclui uma reavaliação das alianças estratégicas e dos compromissos financeiros assumidos pelos Estados Unidos com países ao redor do mundo.

Israel e Egito como exceções

Embora a ordem de congelamento afete a maior parte das nações que dependem da ajuda externa dos Estados Unidos, dois países recebem um tratamento diferenciado: Israel e Egito. Esses países foram explicitamente excluídos da medida, e continuarão a receber o apoio financeiro do governo dos EUA. Para Israel, a relação com os Estados Unidos tem sido histórica e estratégica, com apoio financeiro, militar e político constante ao longo das décadas. A decisão de Trump de manter os recursos destinados a Israel pode ser vista como uma reafirmação de seu compromisso com a segurança do país no Oriente Médio, em um cenário de crescente tensão regional.

O Egito, por sua vez, também se beneficia de uma relação especial com os EUA, especialmente no que diz respeito à ajuda militar e ao financiamento de projetos de infraestrutura. Essa relação estratégica entre os dois países é parte de um entendimento maior de segurança no Oriente Médio, onde os Estados Unidos buscam aliados estáveis para combater influências de outros países da região, como o Irã. A exclusão do Egito das restrições de ajuda externa também está alinhada com os interesses de Trump de fortalecer a posição dos EUA em países-chave do Oriente Médio.

A agenda de Trump e as mudanças na política externa

O congelamento da ajuda externa reflete a postura de Donald Trump em relação à sua política externa, que se baseia em um conceito de “America First” (América em primeiro lugar). Essa filosofia visa garantir que os Estados Unidos priorizem suas próprias necessidades e interesses, seja no comércio internacional, seja em acordos de segurança. Trump já havia sinalizado durante sua campanha eleitoral que revisaria os compromissos financeiros dos EUA com outros países, especialmente no que diz respeito à ajuda externa. Com o congelamento, o governo está demonstrando que deseja maior controle sobre os recursos alocados, buscando assegurar que esses investimentos estejam alinhados com os objetivos de longo prazo dos Estados Unidos.

O congelamento da ajuda externa também está sendo interpretado como uma medida para pressionar outros países a alinharem suas políticas com os interesses norte-americanos, reforçando a ideia de que os Estados Unidos não devem arcar com custos financeiros para manter compromissos com governos que não contribuem para os objetivos estratégicos americanos. Essa estratégia é uma continuação da abordagem de Trump de priorizar os interesses econômicos dos EUA, buscando uma reavaliação dos acordos internacionais que ele considera desfavoráveis.

O impacto nas relações internacionais

A decisão de Trump de congelar a ajuda externa, com exceção de Israel e Egito, terá impactos significativos nas relações internacionais dos Estados Unidos, especialmente com países da América Latina, África e Ásia, que são fortemente dependentes do apoio financeiro dos EUA. Países que estão no meio de processos de desenvolvimento ou enfrentam desafios humanitários podem ver uma diminuição nos recursos disponíveis para projetos essenciais, como educação, saúde e infraestrutura.

Na América Latina, por exemplo, o Brasil, a Argentina e outros países da região podem ser afetados por essa medida, já que muitos deles recebem recursos para projetos de ajuda social, combate à pobreza e ao tráfico de drogas. O impacto será mais imediato para nações com economias frágeis, que dependem de assistência externa para garantir a continuidade de políticas públicas de combate à fome e ao desemprego.

Além disso, o congelamento pode afetar as alianças diplomáticas dos Estados Unidos em várias regiões, uma vez que muitos países que se beneficiam da ajuda externa norte-americana são aliados estratégicos. A medida pode ser vista como uma tentativa de alterar as dinâmicas dessas relações, forçando os países a se ajustarem às novas prioridades de Washington.

A resposta internacional e os próximos passos

Enquanto a comunidade internacional ainda processa as implicações da medida, diversos líderes políticos de países afetados já manifestaram preocupação com o impacto que o congelamento da ajuda externa pode ter em suas economias e na estabilidade política de suas regiões. Organizações internacionais, como a ONU e a OMC, também devem se envolver na discussão, já que a política de ajuda externa dos EUA tem implicações diretas nos esforços globais de desenvolvimento e nas iniciativas de paz e segurança mundial.

Agora, cabe ao governo de Trump tomar decisões estratégicas sobre como moldar as relações futuras com essas nações. A administração ainda precisa trabalhar no equilíbrio entre o cumprimento de suas promessas eleitorais e a manutenção de uma imagem global de liderança e cooperação.