EUA envia porta-aviões nuclear para zona de guerra entre Israel e Irã

DA REDAÇÃO

A escalada de tensão no Oriente Médio ganha novos contornos com o envio do porta-aviões nuclear USS Nimitz pelos Estados Unidos para a zona de conflito entre Israel e Irã. A movimentação, registrada nesta segunda-feira (16), foi confirmada pelo Marine Traffic, plataforma que monitora a localização de embarcações militares em tempo real. A embarcação abandonou o mar do sul da China e cancelou sua parada prevista no Vietnã, seguindo diretamente para a região de conflito.

Além disso, mais de 30 aviões-tanque da Força Aérea americana cruzaram o Atlântico em direção ao leste, ampliando a presença estratégica dos Estados Unidos no Oriente Médio. A medida reforça o posicionamento militar de Washington no cenário internacional, especialmente após os ataques realizados por Israel contra instalações nucleares iranianas no último dia 12 de junho.

Com o USS Nimitz, os EUA agora contam com dois porta-aviões ativos na área. O USS Harry S. Truman, que já está no Oriente Médio desde maio, também permanece em estado de alerta. A presença desses dois gigantes militares na região aumenta a pressão sobre o Irã e sinaliza que a possibilidade de intervenção direta dos EUA no conflito não está descartada.

Desde o início das ofensivas israelenses contra o Irã, as autoridades americanas têm mantido um discurso de neutralidade operacional. O Departamento de Estado declarou oficialmente que os Estados Unidos não participaram diretamente dos ataques israelenses, reiterando que o apoio prestado a Tel Aviv permanece “estritamente defensivo”. Ainda assim, o presidente Donald Trump afirmou recentemente que, caso o conflito se intensifique, os EUA poderão considerar um envolvimento mais ativo.

Na última semana, Trump declarou que tomará uma decisão em até duas semanas sobre a entrada do país na guerra. A fala deixou em aberto o futuro do posicionamento americano e gerou debates entre especialistas sobre os riscos de uma intervenção direta dos EUA, especialmente com o Irã ameaçando retaliar qualquer apoio logístico ou bélico prestado a Israel.

No campo diplomático, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, demonstrou abertura para seguir negociando com os americanos. Em declaração oficial, ele revelou que a sexta rodada de conversas com representantes de Washington estava próxima de gerar um acordo, mas que os termos apresentados pelos EUA continham “elementos inaceitáveis”.

Segundo Araghchi, Teerã está disposto a avançar nas tratativas e apresentou uma contraproposta. “Acreditamos firmemente que nossa proposta pode abrir caminho para um entendimento real”, afirmou o ministro.

O envio do USS Nimitz e de uma frota de aviões-tanque indica que, mesmo diante de um canal diplomático ativo, os Estados Unidos estão prontos para responder a qualquer movimentação hostil. Para especialistas, o gesto simboliza mais do que precaução: é um alerta ao Irã de que, caso insista em desenvolver armamentos nucleares, sofrerá consequências militares diretas.

Internamente, a gestão Trump enfrenta críticas sobre o custo político e estratégico de uma possível guerra. Ainda assim, o republicano tem defendido que impedir o Irã de obter armas nucleares é uma questão de segurança nacional. O programa de enriquecimento de urânio iraniano, considerado clandestino por potências ocidentais, é o ponto central de toda a crise.

A movimentação militar dos EUA em direção ao Oriente Médio agora com dois porta-aviões de propulsão nuclear posicionados reforça a possibilidade de que o cenário de guerra se amplie, envolvendo não apenas Israel e Irã, mas também as grandes potências mundiais. O mundo observa, apreensivo, a definição dos próximos passos desse impasse que já ameaça a estabilidade regional e global.