
O furacão Beryl, de categoria 5, atingiu as ilhas das Antilhas com força máxima, causando pelo menos cinco mortes e destruição generalizada no Mar do Caribe. Este é o furacão mais precoce já registrado na temporada de ciclones do Atlântico, conforme o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC). Os ventos desencadeados pelo Beryl se intensificaram para quase 270 km/h, trazendo consigo enormes ondas, chuvas torrenciais e inundações repentinas.
As autoridades regionais relatam que o furacão resultou em três mortes em Granada, uma em São Vicente e Granadinas e uma no litoral da Venezuela. A tempestade, inicialmente considerada “potencialmente catastrófica”, enfraquecerá ao atingir a costa da Jamaica na quarta-feira, conforme esperado pelo NHC. No entanto, antes de enfraquecer, o Beryl continuará a causar danos significativos nas regiões por onde passar.
O olho do furacão Beryl está se movendo rapidamente pelo sudeste e centro do Mar do Caribe, devendo passar perto da Jamaica na quarta-feira e das Ilhas Cayman na quinta-feira. O NHC destaca que este é o furacão de categoria 5 mais precoce já registrado no Atlântico, um fenômeno incomum para esta época do ano.
Após perder intensidade durante o fim de semana, o Beryl voltou a se fortalecer na segunda-feira, atingindo a categoria mais alta na escala Saffir-Simpson ao chegar à ilha de Carriacou, em Granada. A pequena ilha de 9.000 habitantes foi devastada em apenas meia hora, com telecomunicações e eletricidade cortadas, casas e postos de combustível destruídos. O primeiro-ministro de Granada, Dickon Mitchell, relatou que não há comunicação com Carriacou há 12 horas, e que a situação é crítica.
Em São Vicente e Granadinas, os ventos catastróficos e tempestades causaram devastação, desolação e pelo menos uma morte. O primeiro-ministro Ralph Gonsalves informou que pode haver mais vítimas à medida que a situação é avaliada. O furacão também provocou uma morte no nordeste da Venezuela, no estado de Sucre, devido ao transbordamento de um rio.
Simon Stiell, secretário executivo do fundo de mudanças climáticas da ONU (UNFCCC), destacou que a crise climática está levando os desastres naturais a novos níveis recordes de destruição. Ele enfatizou a necessidade de ações climáticas mais ambiciosas por parte dos governos e das empresas para responder a esses desafios.
A tempestade também afetou Barbados, a mais oriental das Ilhas Windward, onde ventos fortes e chuvas torrenciais foram registrados, causando inundações e danos a barcos de pesca. Felizmente, não houve feridos reportados. Na ilha francesa da Martinica, um alerta de tempestade tropical está em vigor e cerca de 10.000 casas ficaram sem energia em várias áreas.
Beryl é o primeiro furacão da temporada 2024 no Atlântico, que vai do início de junho até o final de novembro. Cientistas observam que é incomum a formação de um ciclone tão poderoso tão cedo na temporada. Michael Lowry, especialista em furacões, destacou que apenas cinco grandes furacões (categoria 3+) foram registrados no Atlântico antes da primeira semana de julho.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos prevê uma temporada extraordinária, com a possibilidade de entre quatro a sete furacões de categoria 3 ou mais. As temperaturas quentes do oceano Atlântico e as condições relacionadas ao fenômeno climático La Niña no Pacífico são citadas como fatores que contribuem para o aumento das tempestades.
Nos últimos anos, os fenômenos meteorológicos extremos, incluindo furacões, tornaram-se mais frequentes e devastadores como resultado da mudança climática. A atual situação do furacão Beryl é um exemplo claro de como a crise climática está impactando o planeta de maneira cada vez mais intensa e imprevisível.